O papel do Instituto Histórico na construção de memórias sobre a Baixada Fluminense (1971-1985)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2021.54479Palavras-chave:
Baixada Fluminense, Instituto Histórico, HistoriografiaResumo
A proposta deste trabalho é apresentar como o Instituto Histórico da Câmara de Duque de Caxias (RJ), fundado em 1971, foi útil para edificar uma memória de “progresso” para o município, durante o período em que a cidade foi enquadrada como “área interesse de segurança nacional”. As ações do legislativo e do fortalecimento de imagens, com símbolos e comemorações no espaço, favoreceram a participação e o diálogo com regime político. O lugar de memória é aqui considerado no sentido proposto por Pierre Nora, que a memória não se constrói livremente, mas é alimentada por arquivos, aniversários e celebrações. A seleção de fontes incluiu os periódicos locais, como: o jornal Municipal e a Luta Democrática, bem como a produção realizada por Dalva Lazaroni, no período de gestão do Instituto Histórico, com o livro Esboço Histórico Geográfico do Município de Duque de Caxias (1978). A partir da análise das ações realizadas pelo espaço e a produção da diretora, foram encontrados indicativos do reconhecimento do lugar de poder e prestígio do instituto, e a aplicabilidade de projetos historiográficos na consolidação de projetos políticos, potencializando o lugar de produção como parte do processo de construção do território.
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