WRITTEN CULTURE IN FRONTEIRA SUL: INDIGENOUS INTELLECTUAL PRACTICES AND POLITICAL USES OF WRITING AMONG THE KAINGANG
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2021.50763Keywords:
Indigenous intellectual practices, Written culture, Kaingang, Fronteira SulAbstract
Regarding the geopolitical and cultural formations of the territories and populations of the border regions of Southern Brazil, historians have posed burning problems in the history of these processes. These problems have been extensively analyzed in studies of environmental history, colonization and social movements, indigenous ethno-history, indigenous ethno-linguistics and archaeological studies. Conversely, the themes of written culture and indigenous intellectual practices seem not yet consolidated within these studies, despite the fact that it is increasingly possible to analyze them from new problems that can be posed onto the documentation and bibliography already known or to the new documentary collections that are formed in the archives. With this in mind, and considering that the studies of written culture and intellectual history need to overcome the Eurocentric view, which largely neglected, among others, indigenous intellectual practices, this article proposes a panoramic presentation of the possibilities of analysis in historical perspectives of intellectual practices and political uses of writing among indigenous people, especially the Kaingang. Based on the analysis of classic documents and texts by memorialists, travelers and ethnologists, in dialogue with articles, chapters and books of specialized studies, this study thus covers an extended period, from the beginning of the 19th century to the end of the 20th century, and has as its spatial cut the currently called Mesoregion of Fronteira Sul.
References
ALCIDES, Sérgio. F, L e R: Gândavo e o ABC da colonização. Escritos, Rio de Janeiro, Fundação Casa de Rui Barbosa, ano 3, n. 3, 2009.
AZEVEDO, Ferdinand. A catequese jesuítica entre os índios Kaingáng, 1848-1851. Perspectiva Teológica, Belo Horizonte, Faculdade de Teologia da Companhia de Jesus, v. 15, n. 35, p. 73-116, jan.-abr. 1983.
BALDUS, Herbert. Ensaios de etnologia brasileira. Série 5ª. São Paulo: Cia. Ed. Nac., 1937. (Brasiliana. Biblioteca Pedagógica Brasileira, vol. 101).
BARROS, Maria Cândida Drumond Mendes. Educação bilíngue, linguística e missionários. Em Aberto, Brasília, ano 14, n. 63, jul.-set. 1994.
BORBA, Telemaco. Actualidade Indigena. Curitiba: Typ. e Lytog. a vapor Impressora Paranaense, 1908.
CARGNIN, Antônio Paulo. Política Nacional de Desenvolvimento Regional e Repercussões no Rio Grande do Sul. Mercator, Fortaleza, v. 13, n. 1, p. 19-35, 2014.
CARVALHO JÚNIOR, Almir Diniz de. Líderes indígenas no mundo cristão colonial. Canoa do Tempo, PPGHIS/UFAM, v. 1, n. 1, p. 123-150, 2007.
CHARTIER, R. Do palco à página: publicar teatro e ler romances na época moderna (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2002.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília: Ed. UnB, 1999.
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO. Toldo Chimbangue: história e luta Kaingang em Santa Catarina. Xanxerê, SC: Conselho Indigenista Missionário, 1984.
D’ANGELIS, W. da R. Kaingáng: Questões de Língua e Identidade. LIAMES: Línguas Indígenas Americanas, v. 2, n. 1, p. 105-128, 2012.
D’ANGELIS, Wilmar da Rocha. Como nasce e por onde se desenvolve uma tradição escrita em sociedades de tradição oral? Campinas, SP: Curt Nimuendajú, 2007.
D’ANGELIS, Wilmar da Rocha. Do índio na Web à Web indígena. In: D’ANGELIS, Wilmar da Rocha; VASCONCELOS, Eduardo (Orgs.). Conflito indígena e direito das minorias indígenas. Campinas, SP: Curt Nimuendajú, 2011.
D’ANGELIS, Wilmar da Rocha; VEIGA, Juracilda. Bilinguismo entre os Kaingang: situação atual e perspectivas. MOTA, Lúcio Tadeu;
NOELLI, Francisco; TOMMASINO, Kimiye (Orgs.). Uri e Wãxi: estudos interdisciplinares dos Kaingang. Londrina, PR: Ed. UEL, 2000.
DAHER, Andrea. Oralidade perdida: ensaios de história das práticas letradas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012.
FREIRE, José Ribamar Bessa. Da língua geral ao português: para uma história dos usos sociais das línguas na Amazônia. 2003. Tese (Doutorado em Literatura Comparada) – Instituto de Letras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
GANDAVO, Pero de Magalhães de. História da Prouincia Santa Cruz, A que vulgarmente chamamos Brasil, feita por Pero de Maganhães de Gandavo, dirigida ao muito illustre Senhor Dom Leoni Pereira, Governador que foi de Malaca e das mais partes do Sul na India. Lisboa: Typographia da Academia Real das Sciencias, 1858.
HANSEN, João Adolfo. A civilização pela palavra. In: 500 anos de educação no Brasil. [S. l.]: [s. n.], 2007.
HANSEN, João Adolfo. Leituras coloniais. In: ABREU, Márcia (Org.). Leitura, História e História da Leitura. Campinas, SP; São Paulo: Mercado das Letras; Associação de Leitura do Brasil; FAPESP, 1999.
HULSMAN, Lodewijk. Índios do Brasil na República dos Países Baixos: as representações de Antônio Paraupaba aos Estados Gerais em 1654 e 1656. Revista de História, n. 154, p. 37-70, 2006.
LEÓN-PORTILLA, Miguel. Códices: os antigos libros do Novo Mundo. Florianópolis: Ed. UFSC, 2012.
LIBERALI, Ricardo Vergilio; HASS, Monica. Território Federal do Iguaçu: a página esquecida de nossa historiografia regional. 2000. Monografia (Especialização em História Regional) – Universidade do Oeste de Santa Catarina, Jaçoaba (SC).
LIMA, Francisco das Chagas. Memoria sobre o descobrimento e colonia de Guarapuava. Jornal do Instituto Historico e Geographico Brasileiro, Rio de Janeiro, t. IV, n. 13, p. 43-64, 1842.
LOPES, Sérgio. O território do Iguaçu no contexto da “Marcha para oeste”. Cascavel, PR: Ed. Unioeste, 2002.
MARCON, Telmo. Memória, história e cultura. Chapecó, SC: Argos, 2003.
MARTINS, Marcos Lobato. História e meio ambiente. In: HISSA, Cássio Eduardo Viana (Org.). Saberes ambientais. Desafios para o conhecimento disciplinar. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.
MELIÀ, Bartolomé. Quand les Indiens Guarani ont fait entendre leur voix... (Deux lettres inédites de 1753). Journal de la Société des Américanistes, t. 56, n. 2, p. 622-628, 1967.
MELIÀ, Bartomeu. Uso político de la escritura entre los Guarani coloniales. In: D’ANGELIS, Wilmar da Rocha; VASCONCELOS, Eduardo (Orgs.). Conflito indígena e direito das minorias indígenas. Campinas, SP: Curt Nimuendajú, 2011.
MELO, Karina M. R. da Silva e. A aldeia de São Nicolau do Rio Pardo: histórias vividas por índios Guaranis (Seculos XVIII-XIX). 2011. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Fronteira Sul, Porto Alegre.
MOREIRA, Fernando de Sá. Tradução de “Die Caingangs-Indianer in der brasilianischen Provinz Paraná” ("Os índios caingangues na província brasileira do Paraná", 1886), de Telêmaco Borba. Revista de História Regional, v. 22, n. 1, p. 243-260, 2017.
MOTA, Lucio Tadeu. O processo de desterritorialização dos índios Kaingang nos Koran-bang-rê. In: MOTTA, M. M. M.; OLINTO, B. A.; OLIVEIRA, O. (Orgs.). História agraria: propriedade e conflito. Guarapuava, SC: Ed. UNICENTRO, 2009.
NEUMANN, E. S. Os guaranis e a razão gráfica: cultura escrita, memória e identidade indígena nas reduções – séculos XVII & XVIII. In. KERN, Arno Alvarez; SANTOS, Maria Cristina dos; GOLIN, Tau (Dir.). Povos Indígenas. Passo Fundo, RS: Méritos, 2009. (Coleção História Geral do Rio Grande do Sul).
NOGUEIRA, Rafaela Vieira; SCHMITZ, Pedro Ignácio; ROGGE, Jairo Henrique. Co-evolução de cultura e ambiente na formação do Jê Meridional. Revista Tecnologia e Ambiente, Criciúma (SC), v. 21, n. 1 - Dossiê IX - Reunião da Sociedade de Arqueologia Brasileira - Regional Sul, 2015.
ONG, Walter. Oralidade e cultura escrita: a tecnologização da palavra. Campinas, SP: Papirus, 1998.
PINTO, Américo Cortez. Da famosa arte da imprimissão. Lisboa: Ulisseia, 1948.
POMA DE AYALA, Felipe Guamán. Nueva crónica y Buen Gobierno... Disponível em: http://www5.kb.dk/permalink/2006/poma/info/es/frontpage.htm. Acesso em: 2 out. 2020.
RENK, Arlene. A luta da erva: um ofício étnico no oeste catarinense. Chapecó, PR: Grifos, 1997.
RENK, Arlene. Migrações: de ontem e de hoje. Chapecó, PR: Grifos, 1999.
RIBEIRO, Berta. Introdução: a linguagem simbólica da cultura material. In: Suma etnológica brasileira. Edição atualizada do Handbook of South American Indians. Ed. de Darcy Ribeiro et al. Vol. 3: Arte índia. Petrópolis, RJ: Vozes; FINEP, 1986.
RIBEIRO, Eduardo Rivail. O catecismo Purí do Pe. Francisco das Chagas Lima. Cadernos de Etnolinguística, v. 1, n. 1, p. 1-4, jan. 2009.
ROBINSON, M. et al. Uncoupling human and climate drivers of late Holocene vegetation change in southern Brazil. Scientific Report, v. 8, art. n. 7800, 2018.
SANTOS, Silvio Coelho dos. Educação e sociedades tribais. [S. l.]: Movimento, 1975.
SIL. Dicionário Kaingáng-Português Português-Kaingáng. Brasília: Summer Institute of Linguistics, 1981.
SOUZA, Almir Antônio de. A invasão das terras Kaingang nos Campos de Palmas. O processo contra a liderança indígena Vitorino Condá (1839-44). Mediações. Revista de Ciências Sociais, v. 19, n. 2, 2014.
SOUZA, Almir Antônio de. A Lei de Terras no Brasil Império e os índios do Planalto Meridional: a luta política e diplomática do Kaingang Vitorino Condá (1845-1870). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 35, n. 70, 2015.
SOUZA, Almir Antônio de. Armas pólvora e chumbo: a expansão luso-brasileira e os índios do planalto meridional. Guarapuava, PR: Ed. Unicentro; Ed. UFPR, 2015.
TAKATUZI, Tatiana. Águas batismais e santos óleos: uma trajetória histórica do aldeamento de Atalaia. 2005. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP.
TOMMASINO, Kimiye. Kikikoi: ritual dos Kaingang na área indígena Xapecó/SC: registro áudio-fotográfico do ritual dos mortos. Londrina, PR: Midiograf, 2000.
VAL FLORIANA, Frei Mansueto Barcatta de. Diccionarios Kainjgang-Portuguez e Português-Kainjgang composto por Frei Mansueto Barcatta de Val Floriana da Ordem dos Missionarios Capuchinhos do Estado de São Paulo. Revista do Museu Paulista, São Paulo, t. XIIl, 1920.
VAL FLORIANA, Frei Mansueto Barcatta de. Ensaio de grammatica Kainjgang. Revista do Museu Paulista, São Paulo, t. X, 1918.
Vocabulario da língua bugre. Revista do Instituto Historico e Geographico do Brazil, Rio de Janeiro, t. XV, n. 5, p. 60-77, 1852.
VOJNIAK, Fernando. O Império das Primeiras Letras: Uma História da Institucionalização da Cartilha de Alfabetização no Século XIX. Curitiba: Appris, 2019.
ZARTH, Paulo. Fronteira Sul: história e historiografia. In: RADIN, José Carlos; VALENTINI, Delmir; ZARTH, Paulo (Orgs.). História da Fronteira Sul. Porto Alegre; Chapecó, RS: Letra & Vida; UFFS, 2015.
ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
ZUMTHOR, Paul. Introdução à poesia oral. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
ZUMTHOR, Paul. La permanencia de la voz. El Correo Unesco, Paris, n. 8, ago. 1985.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
The copyrights of originals and translations published are automatically assigned to Revista Maracanan. The information contained in this papers are the sole responsibility of the authors.
The Copyright of the published articles belong to Revista Maracanan, with works simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License, which allows the sharing of work with mandatory recognition of authorship and initial publication in this journal, under the same license and for non-commercial purposes.
The Revista Maracanan is licensed with a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 Internacional License.