Oposicionistas, vagas do terço e eleições parlamentares: o caso das disputas para o cargo de deputado federal no Paraná (1915-1918)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2019.40684Palavras-chave:
Eleições Parlamentares, Elites Políticas, Estado do Paraná, Partidos de Oposição, Primeira RepúblicaResumo
O presente artigo comporta uma investigação a respeito das campanhas e do desempenho eleitoral de candidatos de oposição ao cargo de deputado federal pelo Estado do Paraná nos anos de 1915 e 1918. Por meio de um estudo de caso, a presente análise objetiva produzir um conhecimento sobre a natureza e os impactos das estratégias eleitorais de oposicionistas em um contexto marcado pela efêmera duração e baixa institucionalidade de partidos de oposição nesse estado. Nesse quadro, há três argumentos fundamentais sustentados neste artigo. O primeiro argumento afirma que, no Paraná dos anos 1910, a oposição ao partido situacionista era liderada por egressos do núcleo político governista. O segundo argumento ressalta que os êxitos eleitorais da oposição paranaense eram derivados do não preenchimento, pelos governistas, de uma chapa completa de candidatos a deputado federal. O terceiro argumento, por fim, afirma que uma semelhança entre a vida político-eleitoral do Paraná e a dos estados que também possuíam distrito eleitoral único era o fato de que, nos anos 1910, as oposições não possuíam base eleitoral para lançar chapas completas de candidatos a deputado federal. Nesse âmbito, este artigo classifica a elite politica paranaense dos anos 1910 como uma “oligarquia competitiva”, cujos conflitos internos geraram a polarização partidária no estado.
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