Chamada de Artigos | Dossiê "Escalas do Poder: cartografias das Experiências Autoritárias na Europa e Américas ontem e hoje"

2024-07-03

Edição n. 39 (maio-ago. 2025) – Dossiê "Escalas do Poder: cartografias das Experiências Autoritárias na Europa e Américas ontem e hoje" 

Organização| Prof. Dr. Karl Schurster (Universidade de Vigo/Universidade Federal de Pernambuco); Profª. Drª. Tatyana de Amaral Maia (Universidade do Porto/Universidade Federal de Juiz de Fora); Prof. Dr. David Nemer (University of Virginia)

Prazo final para submissão: 30 de outubro de 2024  |   Publicação:  maio de 2025

O século XX foi marcado pela eclosão de movimentos, golpes de Estados e regimes políticos que solaparam as democracias Ocidentais, com graves violações de Direitos Humanos, genocídios e guerras pondo fim a democracias aparentemente sólidas. O genocídio do Holocausto, o fascismo italiano, os regimes de Franco e Salazar, as ditaduras latino-americanas e o Terrorismo de Estado provocaram e ainda provocam uma profusão de debates públicos e intelectuais sobre as experiências do autoritarismo, as formas de promoção da democracia e o direito das vítimas à memória.   Com a redemocratização dos países do Cone Sul e o final dos regimes de Salazar e Franco, a democracia parecia prevalecer como modelo político consensual entre as populações das Américas e da Europa. No entanto, as primeiras décadas do século XXI têm visto ressurgir movimentos, partidos, lideranças políticas e religiosas, grupos econômicos e sociais identificados com projetos autoritários, negacionistas e reacionários, com forte apelo popular e capilaridade nas eleições locais.    Nos 60 anos do Golpe de 1964 no Brasil, faz-se urgente refletir sobre a experiência de ocaso das democracias e a atual crise, entendendo-as como processos tanto locais quanto globais e estabelecendo diálogos entre o passado e o presente. 
O objetivo deste Dossiê temático é abrir um diálogo entre a crise e queda das democracias no século XX e o atual movimento de emergência da extrema-direita nos dois continentes. Embora distintos, ambos os períodos são marcados pelo descrédito da democracia como forma de governo.

Através dos “jogos de escala”, propõe-se pensar como é possível analisar e compreender antigos fascismos e “novas direitas”, olhando para os fenômenos em diferentes níveis, das ações individuais aos impactos socioeconômicos.

Essa perspectiva permitirá desvendar raízes e mecanismos de ascensão desses movimentos, capturando nuances negligenciadas. Fenômenos como as lideranças carismáticas, interações sociais, estruturas estatais, propaganda e memória serão considerados para uma compreensão profunda das origens e desenvolvimento das direitas radicais, ontem e hoje.