Intelectuais Cristãos, entidades civis e a construção de um novo campo político-religioso – Brasil e Portugal (1960-1980). Anotações de pesquisa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2025.90033

Palavras-chave:

teologia da libertação, intelectuais cristãos, entidades civis, oposição católica, católicos revolucionários

Resumo

O texto apresenta resultados preliminares de investigação que tem como objeto a atuação e as proposições de intelectuais cristãos brasileiros e portugueses que cumpriram papel-chave na recomposição do campo político-religioso dos seus países entre as décadas de 1960 e 1980. Enquanto os intelectuais brasileiros selecionados criaram e promoveram entidades civis que alimentaram a Teologia da Libertação brasileira, os intelectuais portugueses em exame podem ser vistos como um subgrupo revolucionário da Oposição Católica ao regime ditatorial salazarista. O foco nesse subgrupo envolve a criação de coletivos e de associações que serviram como instrumento de divulgação do seu ideário político-religioso e de combate ao Estado Novo português. A investigação utiliza fontes orais e documentação primária depositada em arquivos brasileiros e portugueses.

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Biografia do Autor

Américo Freire, Fundação Getúlio Vargas

Doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998) e Pós-doutor pelo ISCTE (Lisboa, 2008-2009) e pela USP (2022-2023). Foi Professor visitante sênior da Universidade Nova de Lisboa (2023), com apoio do Programa CAPES-Print. É Pesquisador do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getulio Vargas (FGV) e Professor Titular da Escola de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em História, Política e Bens Culturais da mesma instituição. É pesquisador do CNPq e Cientista do Nosso Estado (FAPERJ). 

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Publicado

2025-07-10

Como Citar

FREIRE, Américo. Intelectuais Cristãos, entidades civis e a construção de um novo campo político-religioso – Brasil e Portugal (1960-1980). Anotações de pesquisa. Intellèctus, Rio de Janeiro, v. 24, n. 2, p. 384–407, 2025. DOI: 10.12957/intellectus.2025.90033. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/intellectus/article/view/90033. Acesso em: 26 jul. 2025.