Ubuntu e Neocomunitarismo como correntes da Ética Africana
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.81614Palavras-chave:
Humanidade, Neocomunitarismo, UbuntuResumo
Este artigo objetiva compreender o Ubuntu e o Neo-comunitarismo, como correntes da Ética Africana. Baseando-se na análise bibliográfica permitiu-nos apurar que, enquanto corrente da ética africana, o Ubuntu compreende o mundo, como ligação do homem com a comunidade, natureza e o divino. Para o Ubuntu, o sujeito torna-se humano a partir do momento em que reconhece a humanidade dos outros (eu sou porque nós somos) e cultiva virtudes assentes no perdão e reconciliação, cooperação, respeito mútuo e inclusão de todos. Assim como o Ubuntu, o Neocomunitarista visa à convivência harmoniosa entre os homens, atribuindo à comunidade papel central na edificação do comportamento do indivíduo, por forma a ver o mundo, como um conjunto de relações em que a comunidade é anterior ao sujeito, portanto o “nós” é anterior ao “eu”. E cada sujeito é responsabilizado, singularmente pela existência do Outro.
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