Ubuntu e Neocomunitarismo como correntes da Ética Africana

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.81614

Palavras-chave:

Humanidade, Neocomunitarismo, Ubuntu

Resumo

Este artigo objetiva compreender o Ubuntu e o Neo-comunitarismo, como correntes da Ética Africana. Baseando-se na análise bibliográfica permitiu-nos apurar que, enquanto corrente da ética africana, o Ubuntu compreende o mundo, como ligação do homem com a comunidade, natureza e o divino. Para o Ubuntu, o sujeito torna-se humano a partir do momento em que reconhece a humanidade dos outros (eu sou porque nós somos) e cultiva virtudes assentes no perdão e reconciliação, cooperação, respeito mútuo e inclusão de todos. Assim como o Ubuntu, o Neocomunitarista visa à convivência harmoniosa entre os homens, atribuindo à comunidade papel central na edificação do comportamento do indivíduo, por forma a ver o mundo, como um conjunto de relações em que a comunidade é anterior ao sujeito, portanto o “nós” é anterior ao “eu”. E cada sujeito é responsabilizado, singularmente pela existência do Outro.

Biografia do Autor

Cassamo Ussene Mussagy, Universidade Save

Docente da Faculdade de Letras e Ciências Sociais na Universidade Save, Moçambique

Mestre em Educação/Ensino de Filosofia na Universidade Licungo, Moçambique

Referências

BONO, Ezio L (2015). Muntuísmo: a ideia de pessoa na filosofia contemporânea, 2ª Ed.. Maputo: Paulinas.

CASTIANO, José P (2010). Referenciais da Filosofia Africana. Em busca de uma Intersubjetivação. Maputo: Ndjira.

CASTIANO, José P (2015). Filosofia Africana: da Sagacidade à Intersubjetivação. Maputo: Educar.

CASTIANO, José P (2021). Do Espírito da Tradição ao Espírito da Reconciliação. Maputo: Educar/Edi-Line.

CAVALCANTE, Kallison L (2020). Humanismo Africano nos ensinamentos da Filosofia Ubuntu. Centro Cultural de Exposições Ruth Cardoso.

DJU, António O. & MURARO, Darcísio N (2022). Ubuntu como modo de vida: contribuição da Filosofia Africana para pensar a Democracia. Marília: Trans/Form/Ação, p. 239-264.

DUROZOI, Marina & ROUSSEL, André (2000). Dicionário de Filosofia. Dicionários Temáticos. Porto, Portugal: Porto Editora.

DUSSEL, Enrique (2000). Ética da Libertação na idade da globalização e exclusão. Brasil: Vozes.

FILHO, Carlos F.; Uyetaque, Nicolli S.; Chico, Hermelindo (2021). Ubuntu: uma filosofia alternativa à crise ambiental. Revista da Faculdade de Direito, Goiânia, v. 45, n. 3, 26 p.

FILHO, Jorge A., & FABRIZ, Daury C (2014). Dever fundamental, Solidariedade e Comunitarismo. Derecho y cambio social, n. 35, ano XI. Disponível em: http://www.derechoycambiosocial.com/revista035/INDICE.htm.

GOMANE, Manuel. C (2019). Ética e Filosofia Ubuntu: da problemática da concepção ao debate epistemológico. Revista Reflexões, Fortaleza-CE, Ano 8, Nº 15, p. 80-87. Disponível em: https://revistareflexoes.com.br/artigos/etica-e-filosofia-ubuntu-da-problematica-da-concepcao-ao-debate-epistemologico/. Acesso em: 15 jan.2024.

GYEKYE, Kwame (2002). Pessoa e Comunidade no Pensamento Africano. Nova Iorque: Routledge, p. 297-312.

KASHINDI, Jean-Bosco K (2017). Ubuntu como ética africana, humanista e inclusiva. Cadernos IHU Ideias.

MABOTA, António (2014). As críticas de Alasdair Maclntyre e Charles Taylor à Concepção de comunidade e de Justiça do Liberalismo Rawlisiano. Maxixe, Moçambique: Educar.

MABOTA, António (2019). Ubuntu, uma possibilidade de Alternativa ao Neoliberalismo como fundamento das relações Norte-Sul. Minho: Instituto de Letras e Ciências Humanas.

MUDZENGUERERE, David S (2020). Ativismo social no contexto comunitário em África. O Neocomunitarismo como possibilidade. KWANISSA - Revista de Estudos Africanos e Afro-brasileiros, n. 6, jul/dez, p. 210-222. Disponível em: https://periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/kwanissa/article/view/14444.

MUDZENGUERERE, David S (2020). A liberdade social do Neocomunitarismo como desafio do ensino superior. RECH - Revista Ensino de Ciências e Humanidades - Cidadania, Diversidade e Bem-estar, p. 338-352.

NASCIMENTO, Alexandre (2014). Ubuntu como fundamento. UJIMA - Revista de estudos culturais e afro-brasileiros.

NEGREIROS, Regina C (2019). Ubuntu: considerações acerca de uma filosofia Africana em contraposição a tradicional filosofia ocidental. PROBLEMATA: International Journal of Philosophy, V. 10. n. 2, p. 111-127. Disponível em: https://filosofia-africana.weebly.com/uploads/1/3/2/1/13213792/regina_coeli_negreiros_-_ubuntu._considera%C3%87%C3%95es_acerca_de_uma_filosofia_africana_em_contraposi%C3%87%C3%83o_a_tradicional_filosofia_ocidental.pdf. Acesso em: 15 jan.2024.

NGOENHA, Severino E (2011). Ubuntu: novo modelo de justiça glocal? In: S. E. Ngoenha, & J. P. Castiano. Pensamento Engajado. Ensaios sobre Filosofia Africana, Educação e Cultura Política. Maputo: Editora Educar, p. 63-74.

NOGUERA, Renato (2012). Ubuntu como modo de existir: elementos gerais para uma ética afro-perspetivista. Revista da ABPN, v. 3, n. 6, p. 147-150. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/site/article/view/358. Acesso em: 15 jan.2024.

OLIVEIRA, Luís C.; SANTOS, Ramos R.; MIRANDA, Janira S (2016). Ubuntu: a filosofia africana que nutre o conceito de humanidade em sua essência. Educação para as Relações Etnicorraciais.

RAMOSE, Mugobe (1999). A Filosofia do Ubuntu e Ubuntu como Filosofia. Harare: Mond Book, p. 49-66.

RAMOSE, Mugobe (2002). A Ética do Ubuntu. Nova Iorque: Routledge, p. 324-330.

RAMOSE, Mugobe (2009). Globalização e Ubuntu. In: SANTOS, Boaventura de Sousa & MENESES, Maria Paula (orgs.). Epistemologias do Sul. Coimbra: Edições Almeidina S.A., p. 135-176.

SARAIVA, Luís A (2019). O que e quem não é Ubuntu: crítica ao “eu” dentro da Filosofia Ubuntu. PROBLEMATA: International Journal of Philosophy. p. 93-110.

SILVA, Fabrício P (2021). Ubuntu como filosofia moral? Veritas, Revista de Filosofia da PUCRS, v. 66, n. 1, p. 1-15. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/veritas/article/view/39919. Acesso em: 15 jan.2024.

VASCONCELOS, Francisco (2017). A. Filosofia Ubuntu. LOGEION: Filosofia da Informação, p. 100-112.

Downloads

Publicado

2024-05-21

Como Citar

Mussagy, C. U. (2024). Ubuntu e Neocomunitarismo como correntes da Ética Africana. Intellèctus, 23(1), 7–26. https://doi.org/10.12957/intellectus.2024.81614