Indigenismo, imigração e racialismo: o caso de O Cenáculo (1896)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.77706

Palavras-chave:

indigenismo, imigração, identidade nacional

Resumo

O artigo objetiva refletir sobre a concepção de indígena elaborada por um grupo de escritores paranaenses no final do século XIX. Com as análises da revista paranaense O Cenáculo (1896), constata-se que os indígenas eram percebidos como agentes capazes de garantir a integridade étnica do povo brasileiro. Entendemos que os escritores mencionados cumprem a função de “atores linguísticos”, expressão utilizada por John Pocock (2003) para designar aqueles que instrumentalizam a linguagem de uma época, articulando-a na garantia de seus interesses e na expressão de ideias. Tais escritores defenderam, na imprensa local, a civilidade para os indígenas viabilizada pela inclusão e miscigenação desses povos no cotidiano das cidades. Também, buscaram compreender a formação étnica do povo brasileiro, comparando-o com outras populações do mundo.   

 

Biografia do Autor

Caroline Baron Marach, GPHIE/UFPR

Doutora em História pela Universidade Federal do Paraná e Mestre em Educação pela mesma instituição. Especialista em História do Brasil e História dos Intelectuais, com foco no período republicano. Membro do Grupo de Pesquisa de História Intelectual e Educação. Atua como docente do curso de Licenciatura em História e Educação pela UniFael e UniNassau desde 2014. Também atua no campo editorial, como editora e autora de coleções de materiais didáticos destinados ao ensino de História e Filosofia e Ciências Humanas.

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Publicado

2023-12-12

Como Citar

Marach, C. B. (2023). Indigenismo, imigração e racialismo: o caso de O Cenáculo (1896). Intellèctus, 22(2), 4–20. https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.77706