n. 24 (2022): Escravidão e liberdade no Brasil Independente

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No ano de 2022 o Brasil celebrará os 200 anos da sua independência. No entanto, sabemos que o projeto de Brasil independente de Portugal não incluiu uma discussão consistente a respeito do futuro da escravidão. O grito do Ipiranga não ecoou nas senzalas e nas cidades cheias de homens e mulheres escravizados. O período do primeiro império e o regencial foram marcados pelo aprofundamento da escravidão, entre aumento do tráfico negreiro e sua proibição, com uma gama de homens e mulheres africanos introduzidos no Brasil para escravização, tanto nas cidades quanto nas lavouras, principalmente para a produção do café. No segundo reinado, a despeito da segunda lei pelo fim do tráfico, a escravidão se fortaleceu, mesmo com a intensificação das revoltas, rebeliões e ações escravas pela liberdade. O movimento abolicionista e a pressão internacional foram também fatores importantes para que houvesse uma discussão a respeito do fim da escravidão, que desencandeou na lei do 13 de maio que acabava definitivamente com o sistema escravista no Brasil. 

A proposta desse dossiê é a de abrir espaço para discutirmos a escravidão e a liberdade no Brasil independente, pretendendo reunir artigos que reflitam o Império do Brasil, entre lutas e resistências e aprofundamento das relações escravistas; os impactos da lei do ventre livre para o alcance da liberdade e para o debate sobre o futuro da escravidão; o Brasil independente e a permanência da escravidão; segunda escravidão; os impactos das leis do fim do tráfico para a escravidão; os processos abolicionistas e seus sujeitos; cidadanias negras e projetos de nação; ações de liberdade; trabalhadores escravizados e seus ofícios; escravidão urbana; revoltas escravas, dentre outros temas.

Publicado: 2022-06-05

Expediente

Apresentação

  • Escravidão e liberdade no Brasil Independente

    Renata Moraes, Idalina Freitas
    6-10
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.67282
  • Traficantes de escravos e escravidão no Recife, 1820-1860

    Amanda Barlavento Gomes, Arthur Danillo Castelo Branco de Souza
    11-33
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64626
  • Redes, agentes e negócios: aspectos da escravidão no interior do sudeste brasileiro durante a segunda metade do século XIX

    Caio da Silva Batista, Dayana de Oliveira Silva
    34-53
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64447
  • Com a letra da lei e o espírito legislador: aplicação e regulamentação da Lei do Ventre Livre brasileira (1871-1876)

    Thomaz Santos Leite
    54-76
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64869
  • Juízo dos órfãos, emancipação e tutelas de ingênuos em Belém (1871-1890)

    Victor Hugo Modesto
    77-95
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64584
  • O ruralismo na Baixada de Jacarepaguá: a intervenção intelectual na agricultura de subsistência do sertão carioca

    Júlio Cesar de Souza Dória
    96-119
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64074
  • Fazenda Engenho Novo: História oral e memória negra na cidade de São Gonçalo

    Daiana Sousa Santiago, Samuel Silva Rodrigues de Oliveira
    120-142
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64555
  • A família Steiger: digressões ou reminiscências escravistas no pós-abolição? (Bahia, 1860-1890)

    Victor Santos Santos Gonçalves
    143-166
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64765

Artigos livres

  • Sintonia fina dos poderes: sobas, degradados, aventureiros e o desejo da realeza lusa

    Selma Alves Pantoja
    167-190
    DOI: https://doi.org/10.12957/transversos.2022.66119