Fazenda Engenho Novo: História oral e memória negra na cidade de São Gonçalo
DOI:
https://doi.org/10.12957/transversos.2022.64555Palavras-chave:
Memórias do cativeiro e liberdade, Cidadania no pós-abolição, História negra, São Gonçalo (RJ)Resumo
O artigo analisa a história e memória negra da Fazenda Engenho Novo, no município de São Gonçalo (RJ). Através da metodologia de História Oral articulada pelo Movimento Ocupa Fazenda Engenho Novo, enfoca o trabalho de memória de Alfredo Pinheiro da Silva e Marcolina Alexandrina da Silva. Na condição de lavradores e se identificando como parte de famílias de afrodescendentes que conquistaram a liberdade no final do século XIX, eles teceram narrativas em torno da fazenda, da luta por direitos e do paternalismo senhorial. O trabalho dialoga de forma direta com as análises de Hebe Mattos e Ana Lugão sobre a memória do cativeiro e a liberdade no meio rural fluminense.
Referências
ALBERTI, Verena. Ouvir contar – textos em História Oral. Rio de Janeiro: FGV, 2004.
ABREU, Martha, MATTOS, Hebe. Lugares do tráfico, lugares de memória: novos quilombos, patrimônio cultural e direito à reparação. In: MATTOS, Hebe (org.). Diáspora Negra e lugares de memória – a história oculta das propriedades voltadas para o tráfico clandestino de escravos no Brasil imperial. Niterói: Editora Uff, 2013. p.107-121.
AZEVEDO, Cristiane Valladares de. Agricultura, Memória e Paisagem: as perspectivas de construção de novas ruralidades no Assentamento Rural Fazenda Engenho Novo. Dissertação (Mestrado em Programa de Pós-Graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento Agricultura) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2015
BARBOSA, Muryatan Santana. A perspectiva africana na História Geral da África (Unesco). Tempo, Rio de Janeiro, vol.24, n.3, Set./Dez.2018.
BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro 2003.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
DOMINGUES, Petrônio. Uma história não contada: negro, racismo e branqueamento em São Paulo no pós-abolição. São Paulo: Editora SENAC, 2019.
GILROY, Paul. O Atlântico Negro. 2ª ed. – São Paulo: Ed.34, 2013.
GOMES, Angela de Castro. A invenção do Trabalhismo. 3. ed. – Rio de Janeiro: FGV, 2005.
GOMES, Flávio, NEGRO, Antonio Luigi. Além de senzalas e fábricas: uma história social do trabalho, Tempo Social. vol. 18, n.1 São Paulo, junho de 2006.
GUIMARÃES, Antônio Sérgio Alfredo Guimarães. Racismo e Anti-racismo no Brasil. 2ª ed. - São Paulo: ed.34, 2005.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. 2ª ed. - São Paulo: Centauro, 2013.
HALEY, Alex. História negra, história oral e genealogia. História Oral, Rio de Janeiro, v.24, n.1, p.195-217, jan./jun.2021.
MATTOS, Hebe. Das cores do silêncio. 3ª ed. - Campinas: Unicamp, 2013.
MATTOS, Hebe (org.). Diáspora Negra e lugares de memória – a história oculta das propriedades voltadas para o tráfico clandestino de escravos no Brasil imperial. Niterói: Editora Uff, 2013 a.
MATTOS, Hebe (org.). História Oral e comunidade – reparações e culturas negras. São Paulo: Letra & Voz, 2016.
NASCIMENTO, Maria Beatriz. Kilombo e memória comunitária: um estudo de caso. Estudos Afro-Asiáticos, Rio de Janeiro, n.6, p.259-265, 1982.
NEGRO, Antonio Luigi. Paternalismo, Populismo e História social. Caderno AEL, Campinas, vol.11, n.20/21, 2004.
OLIVEIRA, Samuel Silva Rodrigues de. Zózimo Bulbul: a prática de história oral no Centenário da Abolição (1988) e a história de vida de um artista negro. História Oral, n.21, 2021.
PEREIRA, Lígia Maria Leite. Trajetórias e desafios no percurso da história oral brasileira. In: SANTHIAGO, Ricardo, MAGALHÃES, Valéria Barbosa de (org.). Depois da utopia – história oral em seu tempo. São Paulo: Letra e Voz, 2013.
PALMIER, Luiz. São Gonçalo Cinquentenário: História, Geografia, Estatística. São Gonçalo: Serviço Gráfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 1940.
GUIÃO FILHO, Homero Thomaz. História de São Gonçalo. São Gonçalo, 1968.
POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, nº 3, p.3-16, 1989.
POLLACK, Michel. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v.5, nº 10, p.200-216, 1992.
PORTELLI, Alessandro. Ensaios de História Oral. São Paulo: Letra e Voz, 2010.
RATTS, Alex. Eu sou atlântica – sobre a trajetória de vida de Beatriz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial, 2006.
RIOS, Ana Lugão, MATTOS, Hebe. Memórias do cativeiro – família, trabalho e cidadania no pós-abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
SMITH, Richard Cândida. Circuitos de subjetividade: história oral, o acervo e as artes. SP: Letra & Voz, 2012.
THOMPSON, E.P. Costumes em comum – estudos sobre a cultura popular tradicional. São Paulo: Cia das Letras, 1998.
THOMPSON, P. A voz do passado: História Oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Fontes
SILVA, Alfredo Pinheiro. Entrevista ao Movimento Ocupa Fazenda Engenho Novo. Rio de Janeiro, 2021.
ALEXANDRINA DA SILVA, Marcolina. Entrevista ao Movimento Ocupa Fazenda Engenho Novo. Rio de Janeiro, 2021.
CARTA ao Sr. Silvestre, em 18/05/1938. ARQUIVO PESSOAL DE ALFREDO PINHEIRO DA SILVA.
Fotografia Creche Comunitária da Marcolina, 2000. ARQUIVO PESSOAL DE MARCOLINA ALEXANDRINA DA SILVA.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam na Revista Transversos concordam com os seguintes termos:
- Autores/as mantém os direitos autorais e concedem à Revista Transversos o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores/as têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores/as têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, com a finalidade de aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado. Neste caso, você deverá fornecer o crédito apropriado e um link do repositório original.