O corpo como função de suplência imaginária em um caso de psicose ordinária

Autores

  • Tiago Humberto Rodrigues Rocha Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

DOI:

https://doi.org/10.12957/epp.2019.43011

Palavras-chave:

corpo, psicose ordinária, suplência imaginária

Resumo

O presente trabalho é fruto de uma pesquisa de doutorado para obtenção de dupla titulação realizada entre o Brasil e a França. O estudo foi conduzido a partir de entrevistas semiestruturadas realizadas com homens que haviam se submetido a intervenções médicas, com finalidade estética. Os entrevistados foram encaminhados pelos próprios médicos que realizaram as intervenções após consentimento dos participantes. Durante a realização das entrevistas foi encontrado um sujeito fazendo uso bastante particular de seu corpo. Tal uso suscitou a possibilidade de se tratar de um caso de psicose ordinária, estabilizada a partir da introdução de um termo com função de suplência imaginária à foraclusão do Nome-do-Pai. Assim, este artigo traz a análise dos relatos de um jovem homossexual de vinte e sete anos que realizou uma série de intervenções estéticas no corpo. Do sentimento de estranhamento pelo não reconhecimento da própria imagem no período pregresso à cirurgia de maior impacto – uma prótese peitoral masculina – até a assunção de um corpo – cuja função é de suplência imaginária à foraclusão do Nome-do-Pai – o jovem pôde estabilizar-se a partir da organização de uma tripla externalidade reconhecidamente em desordem: social, corporal e subjetiva. Ao final do trabalho reconhece-se a necessidade de novas investigações em torno dos possíveis efeitos clínicos e metapsicológicos decorrentes dos intensos processos de identificações necessários para sua estabilização.

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Publicado

04-06-2019

Como Citar

Rocha, T. H. R. (2019). O corpo como função de suplência imaginária em um caso de psicose ordinária. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, 19(1), 147–165. https://doi.org/10.12957/epp.2019.43011

Edição

Seção

Psicologia Clínica e Psicanálise