Linguagens da favela: diálogo com um Incomodado Social

Autores

  • Gisele Motta Ferreira Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro Graduada em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro https://orcid.org/0000-0003-2538-5472

DOI:

https://doi.org/10.12957/rcd.2020.51133

Palavras-chave:

entrevista, favela, linguagens, corpo, cultura

Resumo

Reproduzimos um diálogo registrado entre Waldemir, fotógrafo, comunicador comunitário, articulador cultural e, antes de tudo, um Incomodado Social, como ele se auto-declara; e Gisele, jornalista, mestre em comunicação e educadora midiática popular. Uma conversa cujo mote foi: como a favela se comunica? Tanto de dentro para dentro, quanto de dentro para fora? E como a comunicação chega, de fora para dentro? Realizada na comunidade da Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, começamos a refletir: há particularidades na forma que as pessoas se comunicam entre si aqui neste território? Como se comunicam fora daqui? Quais aspectos da comunicação consideramos e são considerados hegemonicamente? Os ditos e não ditos, os tabus e as interdições (FOUCAULT, 2011)? O corpo como expressão e fala (FURLAN, 2003; NÓBREGA, 2000; HACKNEY, 1988)? Os discursos oficiais, altos, clássicos e os discursos transgressores, marginais, de baixo (STALLYBRASS e WHITE, 1989; BAKHTIN, 1993)? Os dialetos, as gírias, a moda? Tudo fala…

Biografia do Autor

Gisele Motta Ferreira, Mestre em Comunicação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro Graduada em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Mestre em Comunicação Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na linha de pesquisa Tecnologias de Comunicação e Cultura. Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Graduanda em Licenciatura em Pedagogia no Polo Pedagogia para a Liberdade/Rio de Janeiro, pela União Brasileira de Faculdades (UniBF). Cursou fotografia no Senai. Atuou como repórter no Jornal do Brasil Online, no Jornal Posto Seis e no Portal Opinião e Notícia. Atuou como arte-educadora com foco em audiovisual no Educandário Humberto de Campos, em Alto Paraíso de Goiás/GO, uma escola rural que busca uma educação transformadora, através da gestão democrática, da metodologia de projetos e da comunicação não-violenta. Atuou como mediadora de oficinas de cinema no Projeto Imagens em Movimento (2016) e no Ponto de Cultura Caixa de Surpresa (2017-2018). É idealizadora e produtora executiva do festival de cinema brasileiro Zona de Cinema (2017), realizado na periferia do Rio (nove bairros da Zona Oeste), com aporte da Riofilme/SEC. Dirigiu o curta metragem Triste Baía, que ganhou edital Sala de Notícias do Canal Futura (2015). Foi produtora dos curtas-metragens A Cor Laranja (2016), Textura Drag (2016), Entre (2018) e participou da equipe de fotografia do curta-metragem Cavalgando Memórias (2018). Principais áreas de interesse: interface entre cinema e educação, educação transformadora, educomunicação, comunicação não-violenta, políticas públicas, cinema marginal, cultura psicodélica, política de drogas.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo/Brasília: EdUNB, 1993.

FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso: São Paulo: Loyola, 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

FURLAN, Reinaldo; BOCCHI, Josiane. O corpo como expressão e linguagem em Merleau-Ponty. Estudos de Psicologia, n.8, v.3, p. 445-450, 2003.

HACKNEY, Peggy. Moving Wisdom: the role of the body in learning. In Context, n. 13, p. 26-29, 1988.

NÓBREGA, Terezinha. Merleau-Ponty: o corpo como obra de arte. Princípios, n.8, v.7, p. 95-108, jan./dez., 2000.

STALLYBRASS, Peter. WHITE, Allon. Politics and Poetics of Transgression. Cambridge: University Press, 1989.

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Publicado

2020-07-22

Como Citar

Motta Ferreira, G. (2020). Linguagens da favela: diálogo com um Incomodado Social. Revista De Comunicação Dialógica, (3), 150–161. https://doi.org/10.12957/rcd.2020.51133

Edição

Seção

Diálogos