Direitos “quase humanos”: vivência para ensinar e aprender a comunicação dialógica

Autores

  • Luciene de Oliveira Dias Universidade Federal de Goiás

DOI:

https://doi.org/10.12957/rcd.2020.50996

Palavras-chave:

Comunicação Dialógica, Direitos Humanos, Educação, Bem-Viver, Diferença.

Resumo

Depois de 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e mais de 30 anos da Constituição Federal Brasileira, ainda é importante identificarmos ameaças à concretização dos direitos elementares e, paralelamente, buscar alianças para assegurá-los. Nesta luta pela defesa de direitos, a comunicação dialógica combate a “pedagogia da crueldade” (SEGATO, 2014) que coloca alguns grupos como humanos e outros como “quase-humanos” (KRENAK, 2019). Aqui, propomos uma reflexão que (re)aproxima a comunicação da perspectiva dialógica acionada pelo educador brasileiro Paulo Freire (2005). Ao rejeitar a necropolítica e fazer a defesa do bem-viver, tendo a educação como mediadora, apostamos na construção do respeito às diferenças. Para sustentar nossas discussões, lançamos mão da experiência de oferta do componente curricular “Cidadania e Direitos Humanos” para o curso de Jornalismo da Universidade Federal de Goiás. Esta experiência explicitou uma pauta que parecia esquecida quando falamos em formação profissional para jornalistas. Os resultados apontam que estudantes lançam mão da comunicação dialógica para posicionar-se contra a violação dos Direitos Humanos desde os seus primeiros momentos de formação.

Biografia do Autor

Luciene de Oliveira Dias, Universidade Federal de Goiás

Doutora em Antropologia Social pelo Departamento de Antropologia (DAN) da Universidade de Brasília (UnB). Mestra em Ciências do Ambiente pela Universidade Federal do Tocantins (UFT). Especialista em Cultural Studies pela University of Arkansas (EUA). Graduada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora Adjunta da Faculdade de Informação e Comunicação (FIC) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Informação e Comunicação da Universidade Federal de Goiás, linha de Pesquisa Mídia e Cultura. Professora do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Performances Culturais, da Faculdade de Ciências Sociais, da Universidade Federal de Goiás. Coordenadora do Pindoba - Grupo de Pesquisa em Narrativas da Diferença. Pesquisadora do Ser-Tão - Núcleo de Estudos e Pesquisas em gênero e sexualidade, da Universidade Federal de Goiás.Trabalha com pesquisas sobre relações étnico-raciais e de gênero em interface com os estudos de Comunicação e Antropologia, com foco na construção do respeito às diferenças.

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Publicado

2020-07-22

Como Citar

Dias, L. de O. (2020). Direitos “quase humanos”: vivência para ensinar e aprender a comunicação dialógica. Revista De Comunicação Dialógica, (3), 86–106. https://doi.org/10.12957/rcd.2020.50996

Edição

Seção

Artigos