DEMANDAS INTERCULTURAIS DE SAÚDE MENTAL E APOIO PSICOSSOCIAL EM CONTEXTOS HUMANITÁRIOS
Resumo
No pós-Guerra Fria, a cooperação internacional caminha para um consenso em torno dos serviços de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (SMAPS) em situações humanitárias, o qual culmina, no início deste século, na elaboração de certas diretrizes para este fim. Este artigo possui o objetivo de analisar a abordagem da cultura, enquanto foco temático, pelo método da codificação teórica das menções a este termo nas referidas diretrizes. Entre os resultados, há que se destacar o fato de que, embora a dimensão da interação entre culturas — característica da abordagem intercultural — esteja presente, há um grande foco nas suas diferenças, mais típico da multicultural. Conclui-se que tal foco pode vir a causar ‘danos’ às pessoas em situação humanitária, sobretudo no contexto de emergências, pois não é dada às pessoas que são público-alvo dos serviços de SMAPS, muitas vezes, a oportunidade de participar ativamente no desenho dessas intervenções. Destaca-se, por fim, a educação intercultural e seu papel formador de agentes humanitários em emergências diversas, em particular dos que atuam com serviços de saúde mental e apoio psicossocial, para buscar reparar os danos causados no passado e prevenir os danos futuros.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/periferia.2022.65022
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Revista Periferia, uma publicação eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas – PPGECC/UERJ - ISSN: 1984-9540