Como as festas de terreiro ajudaram a construir o prestígio e o status do Rei do Candomblé Joãozinho da Goméia entre São Caetano e Duque de Caxias (1948-1971).
Resumo
João Alves Torres Filho foi o nome civil do pai de santo Joãozinho da Goméia que
construiu uma trajetória de sucesso no panteão das religiões afro-brasileiras entre 1948 e 1971. O
inicio deste caminho se dá em Salvador onde era conhecido pelo nome de João da Pedra Preta por
conta do caboclo que o inseriu nos mistérios do candomblé e o transformou em uma aclamada
liderança afro-religiosa. O intuito deste artigo é apresentar parte do projeto de ascensão social de
Pai João centrado nas festas que aconteciam no terreiro de São Caetano(Salvador) e Duque de
Caxias na Baixada Fluminense. Eram festas especificas para Iansã, Obaluaê, Oxossi; para o
Caboclo Pedra Preta e festas de saídas de Iaôs, onde o pai de santo negociava status, poder e
prestígio com chefes de polícia, delegados, militares de alta patente, políticos influentes, artistas,
gente do café soçaite carioca, lideranças candomblecistas e chefes de tendas umbandistas. Por meio
desta análise podemos exemplificar como Pai João construiu um Império religioso chamado
Goméia, e como a imprensa dá visibilidade a este Império, transformando-o em Tata Londirá, uma
realeza do panteão afro-religioso.
Palavras-chave
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PDFDOI: https://doi.org/10.12957/periferia.2020.54835
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Revista Periferia, uma publicação eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas – PPGECC/UERJ - ISSN: 1984-9540