Joãozinho da Goméia: Rei do Candomblé e Rei da Mídia
DOI:
https://doi.org/10.12957/periferia.2020.54777Palavras-chave:
Joãozinho da Goméia, Goméia, Religiões Afro-Brasileiras, Candomblé e Mídia.Resumo
O texto analisa a importância do uso de recursos de mídia e de expressões em arte pelo Rei do Candomblé para a reconfiguração do campo religioso afro-brasileiro e para a construção de um imaginário social sobre o candomblé. Afirma que as aparições em mídia, mais que permitirem a Joãozinho do Goméia ocupar um lugar de destaque no mercado da oferta de serviços mágico-religiosos, contribuíram para desmistificar a imagem do candomblé como relacionado à selvageria, à barbárie, ao exercício de falsa medicina, à obscenidade, à anormalidade mental, à delinquência e a um sem número de representações negativas que recaíam sobre essas religiões. Reconhece que Joãozinho, através da efetiva exploração das formas plásticas e da riqueza estética das religiões afro-brasileiras, contribuiu para positivar a imagem dessas religiões junto à esfera pública política, à esfera de visibilidade midiática e, por extensão, à opinião pública, nos termos de Habermas (1984), além de criar uma arena paralela, alternativa e radical, nos termos de Fraser (1985) e Downing (2002), respectivamente. Ao extrapolar os limites do universo religioso afro-brasileiro e promover, através da recorrente presença em mídia, o diálogo entre a sociedade brasileira mais ampla e o universo religioso afro-brasileiro, Joãozinho deu forma não somente à uma nova cultura religiosa afro-brasileira, num tipo de luta pela significação, através da positivação midiática e representacional da Goméia, do candomblé angola ou das religiões afro-brasileiras, mas à importante e consolidado projeto de valorização da cultura negra no Brasil e nas Américas.
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