A ação da polícia e seus efeitos na construção identitária de crianças pequenas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/periferia.2020.48719

Palavras-chave:

Representação social, Criança, Educação Infantil, Polícia

Resumo

O estudo objetiva discutir representações de polícia vivenciadas por crianças de creche situada no Complexo do São Carlos (Rio de Janeiro). Considera as crianças como sujeitos de representações e procura mostrar que a representação que têm da polícia pode contribuir para sua construção identitária, da infância à vida adulta. O contexto em que vivem e frequentam a creche é tomado como fundamental, particularmente com a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na comunidade em 2011, acirrando os conflitos entre policiais e traficantes. A pesquisa foi realizada com 10 crianças de três anos. Com apoio na abordagem microgenética, foi utilizada a filmagem de brincadeiras das crianças com uma maquete representando o local onde habitam. Houve preferência por objetos como o “Caveirão”, helicóptero da polícia e a figura do policial. Se referem a ele como “cachorro mau”, “Caveirão”, e “leão feroz”, o que permite indícios de uma representação objetivada no “medo”. Em sua construção identitária, as crianças mostram afastamento do policial, representante do Estado, e proximidade do traficante, o que pode legitimar um círculo perverso que inclui a vida adulta, quando crescerem. 

Biografia do Autor

Celia Marcia do do Nazareth Ferreira, Universidade Estácio de Sá

Mestrado em Educação pela Universidade Estácio de Sá/RJ (2019). Especialização em Dificuldades de Aprendizagem pela UNICAMP (2001), pós graduação em Psicopedagogia Institucional pela PUC/RJ (1994) e graduação em Pedagogia pela Universidade Santa Úrsula/RJ (1982). Assistente da Gerência de Educação Infantil da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro - SME (2018). Atualmente integrando a equipe da Gerência de Regularização Escolar - SME. Tutora do PNAIC (2013/2016) e do PROINFANTIL (2009/20012). Professora do curso de Formação de Professores (2007/2015). Experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Infantil, atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, revisão curricular, educação, currículo e práticas pedagógicas.

Rita de Cássia Pereira Lima, Universidade Estácio de Sá

Graduada em Terapia Ocupacional pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1982) e em Ciências da Educação pela Université René Descartes/Paris V(1987). Doutora em Ciências da Educação pela Université René Descartes/Paris V (1994). Atualmente é professora no Curso de Pedagogia e no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Estácio de Sá-RJ, Linha de Pesquisa Representações Sociais e Prática Educativas. É Pesquisadora Associada do Centro Internacional de Estudos em Representações Sociais e Subjetividade-Educação (CIERS-ed/FCC)/Cátedra UNESCO sobre Profissionalização Docente (FCC). É membro do GT Representações Sociais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP). Atua como parecerista ad-hoc em vários periódicos, por exemplo, Educação e Pesquisa (USP), Cadernos de Pesquisa (FCC), Educação & Realidade (UFRGS), Currículo sem Fronteiras, Educação e Cultura Contemporânea (UNESA), Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (INEP), Revista de Educação Pública (UFMT). Tem participado da Comissão Científica do EDUCERE/SIRSSE/SIPD/Cátedra Unesco e também, como ad-hoc, das JIRS/CBRS. Tem experiência na área da Educação, pesquisando no campo das representações sociais em diversos temas: universo escolar, violência, saúde, moda, educação profissional, trabalho docente.

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Publicado

2020-10-08

Como Citar

do Nazareth Ferreira, C. M. do, & Lima, R. de C. P. (2020). A ação da polícia e seus efeitos na construção identitária de crianças pequenas. Periferia, 12(2), 256–278. https://doi.org/10.12957/periferia.2020.48719