NÃO SOMOS (TODAS) GAROTAS DINAMARQUESAS: Gênero, ciência e a produção de conhecimento em esquinas latinas

Autores

  • Sofia Favero Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.12957/periferia.2021.47535

Palavras-chave:

travestis, epistemologia, conhecimento, ciência, escrita

Resumo

Com o objetivo de discutir a posição analítica que parte da travestilidade, este artigo considera os arranjos nosológicos dos manuais internacionais de saúde como incompatíveis com uma compreensão de gênero no território brasileiro. Problematiza, então, como tais narrativas advindas de uma tradição médica endereçam as travestis e pessoas trans ao lugar de sujeitos mediados por um saber prévio. São inauguradas, assim, disputas pela racionalidade no contexto acadêmico, onde tem sido possível deixar de ser “estudada” e passar a ser “estudiosa”. Não sem esforço, esse deslocamento faz com que uma série de desafios se desenvolva, tendo em vista que uma intelectualidade transfeminista não está dada a priori. Em contrapartida, situa a forma com que essas mesmas pessoas têm se insurgido epistemologicamente a partir da escrita para pensar suas próprias visões de mundo, apostando na crítica a um projeto de ciência tutelar como forma de produzir agência e de afirmar o conhecimento das ruas latinas. 

Biografia do Autor

Sofia Favero, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Psicóloga de formação pela Faculdade Pio Décimo (SE). Integrante da Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis (AMOSERTRANS). Mestre em Psicologia Social e Institucional (UFRGS).

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Publicado

2021-10-29

Como Citar

Favero, S. (2021). NÃO SOMOS (TODAS) GAROTAS DINAMARQUESAS: Gênero, ciência e a produção de conhecimento em esquinas latinas. Periferia, 13(2), 185–206. https://doi.org/10.12957/periferia.2021.47535