A EXTRAÇÃO DE BRITA NO BAIRRO DE BANGU E OS SEUS IMPACTOS AMBIENTAIS CORRELATOS

Resumo

A cidade do Rio de Janeiro possui como uma de suas características a presença de maciços rochosos e tem o setor de mineração como um dos seus geradores de renda. Centenas de pedreiras estiveram em funcionamento ao longo da história da cidade e, embora estas atividades sejam de extrema importância para economia carioca, seu incremento não ocorre sem desencadear impactos ambientais. O presente estudo busca analisar os danos ambientais condicionados pela exploração de brita no bairro de Bangu, zona oeste da cidade do Rio de Janeiro. A área de estudo compreende os arredores e o interior da empresa “Pedreira Bangu Ltda”, que possui uma área total de 14,27 hectares e está instalada na região desde 1964. Nesta pesquisa, utiliza-se como conceito-chave a definição de impacto ambiental determinado pela Resolução 001/86 do Conselho Nacional do Ambiente (CONAMA), visto que os objetivos centrais da mesma são: analisar os efeitos da mineração na economia local; verificar quais são os impactos ao meio ambiente e ao meio social mais frequentes; e propor medidas mitigadoras aos efeitos nocivos da atividade. Após realização de consultas ao INEA foi verificado que a empresa está em consonância com a legislação vigente. Entretanto, seguir a legislação não isenta a mesma de provocar impactos ambientais. Efeitos como a modificação da geomorfologia local e erosão podem ser constatados no entorno e no interior desta. Além de impactos ao solo, danos à flora e à fauna também foram verificados, como a supressão da vegetação, por exemplo. Foi também averiguado que parte do terreno do empreendimento sofreu uma invasão na década de 1980 e, apesar da pedreira operar todos os controles ambientais assegurados pela legislação, tal ocupação reduziu expressivamente a sua vida útil. Ressalta-se ainda que parte do empreendimento está inserida no Parque Estadual da Pedra Branca, que é uma área de proteção integral e de desenvolvimento sustentável. Além disso, a mineradora está instalada em uma Zona Multifamiliar 1 (ZRM1), que segundo o decreto municipal n o 7914 de 1988 não permite atividades extrativas deste tipo. Em suma, é possível dividir os impactos provocados pela mineração de brita em Bangu da seguinte forma: impactos

atmosféricos; impactos no solo; impactos na flora; impactos na fauna; e impactos sociais. A pesquisa encontra-se em fase de aquisição e averiguação de dados e, ainda que esteja em fase inicial já se constatou que existem diversos conflitos relacionados ao uso e ocupação do solo na área em questão. O próximo passo do trabalho prevê a realização de atividade de campo, por meio de visita técnica à pedreira. Assim, após esta etapa será possível traçar novos resultados e propor ações proativas que possam minimizar os efeitos negativos da mineração e, de tal modo, maximizar os positivos