TERRITORIALIZAÇÕES PRECÁRIAS NA CIDADE: UM ESTUDO DE CASO SOBRE AS CRACOLÂNDIAS

Autores

  • Felipe Rangel Tavares Mestre em Geografia – PUC Rio

DOI:

https://doi.org/10.12957/hne.2013.12119

Palavras-chave:

cracolândias, representações do espaço, banalização, territorialização precária.

Resumo

DOI: http://dx.doi.org/10.12957/hne.2013.12119

O presente artigo é um desdobramento da pesquisa realizada no Programa de Pós Graduação em Geografia da PUC Rio. A cidade do Rio de Janeiro passa por um processo de produção espacial banalizado. Uma expressão de tal banalização do espaço é percebida a partir das "cracolândias", como popularmente as cenas de crack são conhecidas. "Cracolândia" é uma representação que oculta e mascara as contradições do espaço, uma faceta da urbanização banalizada. Percebemos que distintas representações do espaço engendram práticas e usos na cidade que constituem uma vida cotidiana dirigida ao consumo, organizada e programada – basta observar os inúmeros aparatos de segurança e vigilância que surgem para combater o medo e a violência. Dois processos atuam reforçando a cracolândia como uma representação do espaço: a mercadificação e a militarização. As medidas e ações adotadas pela governança urbana apontam para um descolamento, fragmentação e redução dos fatores que compõem a questão: os usuários de drogas ora são vistos como casos de polícia, ora como casos de saúde pública. A crise que se expressa é de ordem social e isto está estritamente relacionado à dimensão espacial. Portanto, torna-se necessário investigar as contradições mascaradas por representações que bloqueiam o possível e impedem a plena realização do indivíduo na cidade.

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Publicado

2014-07-31

Edição

Seção

Artigos