Do Insulamento ao Brexit: Raízes do Cetismo Britânico na União da Europa

Autores

  • Yasmin Sande Renni PPGRI-UERJ
  • Romário de Jesus Santos PPGRI-UERJ

DOI:

https://doi.org/10.12957/neiba.2016.27467

Palavras-chave:

Reino Unido, União Europeia, Ceticismo, Brexit

Resumo

Este texto visa analisar os motivos que levaram à decisão popular pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE), por meio de um plesbicito, no dia 23 de junho de 2016. Considerando fatores geográficos, históricos, de identidade nacional e econômicos, buscamos encontrar uma resposta para o ceticismo britânico na união com a Europa continental. Primeiramente, pesamos as questões pertinentes ao comportamento histórico britânico em relação aos seus pares europeus – sempre marcado por um peculiar insulamento –, desde a formação do país enquanto Estado-nação, passando pela ascensão hegemônica no século XIX, até as primeiras tentativas de entrada na então Comunidade Econômica Europeia (CEE) nos anos 1960. Posteriormente, elencamos os fatores relacionados à entrada do Reino Unido na CEE, na década de 1970, a relação conturbada com os sucessivos governos britânicos desde então, além dos fatores que culminaram com o Brexit e as possíveis implicações da atitude para o Reino Unido. Conclui-se que o euroceticismo britânico é uma soma de fatores históricos, identitários e econômicos, resultando numa improvável, até a divulgação do resultado final do plebiscito, saída britânica da UE.

Biografia do Autor

Yasmin Sande Renni, PPGRI-UERJ

Mestranda do Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), possui graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014), com intercâmbio acadêmico na Università di Bologna (2012) e especialização em Gestão de Negócios Internacionais pelo IBMEC-RJ (2015). Possui experiência em inteligência de mercado e business development, atuando como analista para inserção de empresas brasileiras em mercados internacionais e de empresas estrangeiras no Brasil, bem como organização de missões internacionais, desenvolvimento de parceiras estratégicas, cooperação internacional e eventos de negócio. Atua desde 2013 em projetos relacionados à Inovação e Acesso a Mercado na cadeia produtiva do Petróleo, Gás e Energia. Suas principais áreas de interesse são: Petróleo e Gás, Negócios Internacionais, Cooperação e Desenvolvimento.

Romário de Jesus Santos, PPGRI-UERJ

Mestrando em Relações Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Possui graduação em Línguas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais pela Universidade Estadual de Santa Cruz (2012). Atualmente é técnico universitário da Universidade Estadual de Santa Cruz. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Negociações e Relações Internacionais.

Referências

ACHARYA, Amitav. (2012) Ideas, norms, and regional orders. In: T.V.Paul (ed.), International Relations Theory and Regional Transformation. Cambridge, Cambridge University Press, 20, pp.183-209.

Conferência de Imprensa dada pelo General Charles De Gaulle em 14 de Janeiro de 1963. Disponível em:< http://www.fransamaltingvongeusau.com/documents/cw/CH2/7.pdf> (Acesso 08 ago. 2016).

CURTICE, John. The Two Poles of the Referendum Debate: Immigration and the Economy. What UK Thinks EU, Analysis Paper 04. NatCen Social Research, 2016. Disponível em: <http://whatukthinks.org/eu/wp-content/uploads/2016/01/Analysis-paper-4-The-two-poles-of-the-referendum-debate.pdf> (Acesso em: 01 out. 2016).

DHINGRA, S.; OTTAVIANO, G.; SAMPSON, T.; VAN REENEN, J. (2016a) The consequences of Brexit for UK trade and living standards. Centre for Economic Performance (CEP), London School of Economics and Political Science (LSE). Disponível em: < http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/brexit02.pdf> (Acesso em: 23 ago. 2016)

_____. (2016b). The impact of Brexit on foreign investment in the UK. Centre for Economic Performance (CEP), London School of Economics and Political Science (LSE). Disponível em: < http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/brexit03.pdf> (Acesso: 23 ago. 2016)

DHRINGRA, S; OTTAVIANO, G; SAMPSON, T. (2015) Should We Stay or Should We Go? The Economic Consequences of Leaving the EU. CEP Policy Analysis, London School of Economics and Political Science (LSE). Disponível em: <http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/EA022.pdf> (Acesso em: 13 ago. 2016)

DUROSELLE, Jean-Baptiste. (2000). Todo Império Perecerá. Teoria das Relações Internacionais. Brasília, Editora da Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial do Estado.

EUROBARÓMETRO DEL PARLAMENTO EUROPEO (2013). A Un Año de las Elecciones Europeas de 2014. Disponível em: < http://www.europarl.europa.eu/atyourservice/es/20150201PVL00058/Un-a%C3%B1o-para-las-elecciones-europeas-de-2014> (Acesso em: 08 ago. 2016).

FAWCETT, Louise. Regionalism in World Politics. Past and Present. (2008) In: A.Kostler; M.Zimmek (eds). (2008) Elements of Regional Integration. Baden-Baden, Nomos, pp.1-14.

GIFFORD, Chris. (2008) The Making of Eurosceptic Britain: Identity and Economy in a Post-Imperial State. Aldershot: Ashgate.

HARVEY, D.; HUBBARD, C. (2016) Why Brexit? Centre for Rural Economy Discussion Paper Series No. 35, Newcastle University. Disponível em: < http://www.ncl.ac.uk/media/wwwnclacuk/centreforruraleconomy/files/discussion-paper-35.pdf> (Acesso: 03 ago. 216)

HM Government. (2016) HM Treasury analysis: the long-term economic impact of EU membership and the alternatives. Disponível em: < https://www.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/517415/treasury_analysis_economic_impact_of_eu_membership_web.pdf> (Acesso em:23 ago. 2016)

KALECKI, Michal. (1965 [1954]) Theory of Economic Dynamics. 2 ed, Londres, Allen & Unwin.

KENNEDY, Paul. (1989) Ascensão e Queda das Grandes Potências: Transformação Econômica e Conflito Militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro, Campus.

KEYNES, John M. (2009 [1936]) A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. 1 ed., 14 reimpr. São Paulo, Atlas.

KRIEGER, Joel. (2009) The Making of the Modern British State. Chapter 1. In: KESSELMAN, Mark & KRIEGER, Joel. (2009) European Politics in Transition. Boston/Ney York, Houghton Mifflin Company.

KRUHMALOVA, Irina. (2014) Analysis of British relations with the European Union during the last four decades: Is Britain becoming increasingly eurosceptic? Will Britain pull out of the European Union eventually? Západočeská univerzita v Plzni (University of West Bohemia), República Tcheca. Disponível em: <https://otik.uk.zcu.cz/bitstream/handle/11025/12804/Kruhmalova.pdf?sequence=1> (Acesso em: 08 ago. 2016)

LESSA, Antônio Carlos. (2011) História das Relações Internacionais I: a Pax Britannica e o mundo do século XIX. 4º Ed. – Petrópolis, Editora Vozes.

LYNCH, Philip. (2011) The Con-Lib Agenda for Europe. In: LEE, Simon; BEECH, Matt, (eds.) (2011). The Cameron-Clegg Government: Coalition Politics in an Age of Austerity. Basingstoke, Palgrave Macmillan, p.218-233.

MERLE, Marcel. (1981) Sociologia das Relações Internacionais. Brasília, Editora da Universidade de Brasília.

OECD, 2016. The Economic Consequences of Brexit: A Taxing Decision. OECD Economic Policy Paper, N. 16. Disponível em: < https://www.oecd.org/eco/The-Economic-consequences-of-Brexit-27-april-2016.pdf> (Acesso em: 13 ago. 2016)

OTTAVIANO, G; PESSOA, J.P; SAMPSON, T; VAN REENEN, J. (2014) Brexit or Fix it? The Trade and Welfare Effects of Leaving the European Union. CEP Policy Analysis, London School of Economics and Political Science (LSE). Disponível em: <http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/pa016.pdf> (Acesso em: 23 ago. 2016)

PALMER, John. (2014) O Reino Unido vai sair da União Europeia? In: Temas de uma agenda estratégica entre Brasil e União Europeia, Rio de Janeiro, Konrad Adenauer Foundation, p.279-295 (Série Relações Brasil-Europa 3).

PFETSCH, Frank R. (2001) A União Europeia. Brasília, UnB.

PWC, 2016. Leaving the EU: Implications for the UK economy. PricewaterhouseCoopers (PwC) report commissioned by The Confederation of British Industry (CBI). Disponível em: < https://www.pwc.co.uk/economic-services/assets/leaving-the-eu-implications-for-the-uk-economy.pdf> (Acesso em: 23ago. 2016)

ROSE, Richard. Politics in Britain. (2010) Chapter 5. In: ALMOND, G.; DALTON, R; POWELL Jr, G. Bingham; STROM, Kaare. (2010) European Politics Today. New York, Longman.

SION, Maya. (2003) The Politics of Opt-Out in the European Union: Voluntary or Involuntary Defection? In: Thinking Together. Proceedings of the IWM Junior Fellows’ Conference, Winter 2003, ed. A. Cashin and J. Jirsa, Vienna: IWM Junior Visiting Fellows’ Conferences, Vol. 16.

THE ECONOMIST, 10 abr. 2014. The benefits of Brentry - Eurosceptics may be hugely underestimating the value of membership of the European Union. Disponível em: < http://www.economist.com/news/finance-and-economics/21600731-eurosceptics-may-be-hugely-underestimating-value-membership-european> (Acesso em: 23 ago. 2016).

TRAVERS, Tony. (2016) Implications of a Brexit for UK National Governance and Local Government - Report of the hearing held on 13th April, 2016. LSE Commission on the Future of Britain in Europe. DIsponível em: < http://www.lse.ac.uk/europeanInstitute/LSE-Commission/Hearing-9---Implications-of-a-Brexit-for-UK-National-Governance-Local-Government-REPORT.pdf> (Acesso em: 13 ago. 2016)

WADSWORTH, J.; DHINGRA, S.; OTTAVIANO, G.; VAN REENEN, J. (2016) Brexit and the Impact of Immigration on the UK. Centre for Economic Performance (CEP), London School of Economics and Political Science (LSE). Disponível em: <http://cep.lse.ac.uk/pubs/download/brexit05.pdf> (Acesso em: 23ago. 2016)

Downloads

Publicado

2017-05-03

Como Citar

Sande Renni, Y., & de Jesus Santos, R. (2017). Do Insulamento ao Brexit: Raízes do Cetismo Britânico na União da Europa. Revista Neiba, Cadernos Argentina Brasil, 5(1), e27467. https://doi.org/10.12957/neiba.2016.27467

Edição

Seção

DOSSIÊ | DOSSIER SIMPORI 2016