Governo Lula e Rodada Doha: A Aposta Valeu a Pena?

Autores

  • Marcos André Lessa Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/neiba.2016.27449

Palavras-chave:

Rodada Doha, G-20, cooperação Sul-Sul

Resumo

O artigo analisa a iniciativa do governo de Luis Inácio Lula da Silva (2003-2010) em utilizar as negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio a fim de posicionar o Brasil como ator revisionista da governança global. A metodologia escolhida foi: revisão bibliográfica de artigos acadêmicos sobre a  cooperação Sul-Sul e a Rodada; e relatos, artigos e entrevistas do Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim. O artigo mostra que o contexto mundial de então (declínio da hegemonia dos EUA, ascensão de Brasil, Índia e China com alta de commodities, inserção maior dos emergentes no multilateralismo após a Rodada do Uruguai) justificava a estratégia revisionista, com a Rodada de Doha como uma oportunidade para a política externa brasileira. Embora em diversos momentos o Brasil parecesse “colher os frutos” como planejado, o (não) desfecho da Rodada caracterizou-se por resultados políticos ambíguos e resultados econômicos fracos para o que se pretendia.

Biografia do Autor

Marcos André Lessa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

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Publicado

2017-08-27

Como Citar

Lessa, M. A. (2017). Governo Lula e Rodada Doha: A Aposta Valeu a Pena?. Revista Neiba, Cadernos Argentina Brasil, 5(1), e27449. https://doi.org/10.12957/neiba.2016.27449

Edição

Seção

DOSSIÊ | DOSSIER SIMPORI 2016