Capitalismo e ciências duras: produção de uma adolescência universal
Palavras-chave:
adolescência, ciência, universalResumo
Neste artigo problematizamos como o discurso científico, em sua face mais dura, na busca pela verdade absoluta trata a adolescência como universal. Em geral, as teorias desenvolvimentistas atribuem às etapas da vida uma linha de continuidade evolutiva, como se cada fase tivesse seu tempo e fosse ultrapassada a fim de se chegar à próxima. Baseadas em um paradigma racionalista, elevam a adolescência a um ideal, a uma fase delimitada do desenvolvimento humano, com características bem definidas. Produz-se, assim, um processo de normalização que cristaliza uma forma de ser e estar no mundo, e que nega a heterogênese dos modos de existência. Destacaremos algumas discussões com relação aos aspectos notadamente culturais e históricos da adolescência, que colocam “em xeque” essa noção de universalidade.