Transmissões e transformações de uma propriedade: o caso da sesmaria do Engenho Novo, sua arrematação e sucessão (RJ: sécs. XVIII-XIX)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2022.69183

Palavras-chave:

Engenho Novo. Transmissão patrimonial. Subúrbio carioca.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo mapear a transmissão da sesmaria do Engenho Novo, de propriedade dos jesuítas, após a expulsão da Ordem dos territórios da América Portuguesa e da venda de suas propriedades pela Fazenda Real. Buscou-se identificar mecanismos de transmissão e sucessão da elite colonial presentes na cultura portuguesa de Antigo Regime, como táticas de engenharia parental principalmente pelas mulheres e expansão de domínio direto por meio da compra de propriedades próximas. Ao longo do século XIX, os descendentes dos arrematantes do Engenho Novo formaram redes de sociabilidade e marcaram presença na elite local da freguesia rural de Inhaúma.

Biografia do Autor

Rachel Gomes de Lima, Universidade Cândido Mendes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Professora de História do Direito e História do Direito Brasileiro na Universidade Cândido Mendes. Realiza atualmente estágio Pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Doutora em História Social e Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense. Pesquisadora integrada à Rede Proprietas, atual Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT). Membro do Coletivo Engenhos de Histórias.

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

de Lima, R. G. (2022). Transmissões e transformações de uma propriedade: o caso da sesmaria do Engenho Novo, sua arrematação e sucessão (RJ: sécs. XVIII-XIX). Revista Maracanan, (31), 196–220. https://doi.org/10.12957/revmar.2022.69183