Entre Brasil e Portugal: visões do Centenário da Independência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2022.69178

Palavras-chave:

Comemorações. Nacionalismo. Relações luso-brasileiras

Resumo

O artigo analisa a comemoração do Centenário da Independência em 1922 a partir da perspectiva das relações luso-brasileiras. O evento é marcado pela crise do regime republicano oligárquico e aumento das medidas de repressão da mobilização social na cidade do Rio de Janeiro, o centro do poder político. Nesse contexto, vicejam interpretações do simbolismo da data (7 de Setembro) e do significado da Independência por grupos com posições antagônicas sobre a herança colonial portuguesa, sua influência na formação da sociedade brasileira e na construção da nação. Essas interpretações divergentes são examinadas tendo como foco a História da Colonização Portuguesa no Brasil obra discursiva/historiográfica que busca justificar a excepcionalidade do “lugar” dos imigrantes portugueses no Brasil em razão dos vínculos de pertencimento originários do passado colonial.

Biografia do Autor

Jorge Luís dos Santos Alves, UERJ

Doutor e Mestre em História (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Bacharel e Licenciado em História (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (Escola Superior de Guerra). Foi professor do Colégio Pedro II/MEC e da Secretaria Estadual de Educação.

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Publicado

2022-12-30

Como Citar

Alves, J. L. dos S. (2022). Entre Brasil e Portugal: visões do Centenário da Independência. Revista Maracanan, (31), 89–106. https://doi.org/10.12957/revmar.2022.69178