Quem é pardo no nordeste brasileiro? Classificações de “Morenidade” e tensões raciais

Autores

  • Niara Oiara da Silva Aureliano Mestrado do Programa de Pós Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER - CEFET) https://orcid.org/0000-0002-4301-6665
  • Nara Maria Carlos de Santana Programa de Pós Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER - CEFET) https://orcid.org/0000-0003-2585-9199

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2021.53670

Palavras-chave:

Questão racial, Morenidade, Classificação Racial, Região Nordeste.

Resumo

Os conflitos e negociações em torno da classificação racial no Nordeste resultam do imenso melting pot do qual esta região é formada em termos de elemento humano. O tema, a mestiçagem, ainda tem um vasto campo. Os debates acadêmicos em geral partem de uma generalização sul/sudeste para analisarem o branqueamento e a mestiçagem no Brasil. No trabalho que ora apresentamos, discutiremos alguns aspectos centrais da questão da mestiçagem no Nordeste, tomando como referência a classificação de morenidade. Para tanto, analisaremos a questão do pardo e seu reconhecimento, sua descendência negra e/ou indígena. Também avaliaremos a presença do imigrante na região. Assim sendo, o embasamento teórico revisita e resgata as discussões acerca da mestiçagem e do Nordeste brasileiro. A metodologia utilizada é a pesquisa bibliográfica, análise de documentos oficiais e do Censo Demográfico, com triangulação destas fontes.

Biografia do Autor

Niara Oiara da Silva Aureliano, Mestrado do Programa de Pós Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER - CEFET)

Niara Aureliano é mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, Mestrado em Relações Étnico-raciais (PPRER) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET Rio de Janeiro – Maracanã. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL).

Nara Maria Carlos de Santana, Programa de Pós Graduação em Relações Étnico-Raciais do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (PPRER - CEFET)

É pós-doutorada em História Social pela Universidade Federal do Espírito Santo(UFES); Doutora em História Política e Social pela Universidade Federal Fluminense(UFF). É professora EBTT do bacharelado em Turismo e professora dos mestrados em Relações Étnico-raciais (PPRER) e no de Ensino de Filosofia (PPFEN) do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET - Petrópolis e Maracanã)

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Publicado

2021-07-08

Como Citar

Aureliano, N. O. da S., & Santana, N. M. C. de. (2021). Quem é pardo no nordeste brasileiro? Classificações de “Morenidade” e tensões raciais. Revista Maracanan, (27), 94–117. https://doi.org/10.12957/revmar.2021.53670