Polícia versus jagunços no Oeste do Paraná: os poemas de Joaquim Alves da Silva como memória dos conflitos agrários (1960-1970)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2021.50198

Palavras-chave:

Joaquim Alves da Silva, Oeste do Paraná, Polícia Militar, Jagunços

Resumo

Estudo centrado na análise da obra literária Como era o Sudoeste e porque matei Joaquim Coelho, do poeta e soldado da Polícia Militar Joaquim Alves da Silva. Esta fonte, ainda desconhecida da historiografia, configura um campo discursivo promissor para a investigação da história da criminalidade presente no oeste e sudoeste do Paraná nas décadas de 1960 e 1970. Busca-se compreender as representações que o narrador constrói em torno da ação da polícia no combate ao jaguncismo e ao banditismo, bem como analisar as informações que apresenta sobre os bandoleiros que agiam nestas regiões. Como resultado, a obra de Joaquim Alves da Silva contribui para a problematização da história produzida em torno da região, em especial por fornecer um contraponto à história oficial e a grande parte da historiografia, que difunde perspectivas harmônicas e escamoteia os conflitos, em especial os litígios de terras e a presença de jagunços.

Biografia do Autor

Claércio Ivan Schneider, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Professor Associado da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Colegiado de História. Doutor em História pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho; Mestre em História pela Universidade Federal do Paraná; graduado em História pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

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Publicado

2021-01-29

Como Citar

Schneider, C. I. (2021). Polícia versus jagunços no Oeste do Paraná: os poemas de Joaquim Alves da Silva como memória dos conflitos agrários (1960-1970). Revista Maracanan, (26), 413–440. https://doi.org/10.12957/revmar.2021.50198