Fraturas contemporâneas de histórias indígenas em Belém: sobre mármores e grafites

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2020.47606

Palavras-chave:

Dispositivo Colonial, Cidades, Diversidade, Colonialidade

Resumo

Neste artigo, considerando como referência teórico-metodológicas os estudos do discurso fundamentados em Michel Foucault e as definições de dispositivo colonial e etniCidades para compreender os enunciados visuais espraiados nas paisagens de Belém na segunda década do século XXI, que representam diferentes lugares de enunciação sobre a história da cidade e os povos indígenas. Tomo o frontal da Basílica de Nazaré e uma escultura de bronze de um indígena exposta na praça de um bairro nobre da cidade para marcar o discurso da colonização e, em contrapartida, analiso grafites de dois artistas contemporâneos paraenses que retomam a memória indígena de Belém em suas produções e visibilizam a pluralidade étnica da cidade. De certa forma, atualizo a antiga metáfora cunhada pelo Pe. Antônio Vieira, mas agora, em oposição ao mármore, não mais a murta e sim os grafites e sua efemeridade.

Biografia do Autor

Ivânia dos Santos Neves, Universidade Federal do Pará

Professora Titular do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará, atuando na graduação e no Programa de Pós-graduação em Letras. Doutora em Linguística, na área de Análise do Discurso, pela Universidade de Campinas; Mestre em Antropologia e Licenciatura em Letras pela Universidade Federal do Pará.

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Publicado

2020-05-31

Como Citar

Neves, I. dos S. (2020). Fraturas contemporâneas de histórias indígenas em Belém: sobre mármores e grafites. Revista Maracanan, (24), 544–566. https://doi.org/10.12957/revmar.2020.47606