Poética da escavação: figurações da memória em Laura Alcoba

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2019.40022

Palavras-chave:

Espaço (auto)biográfico, Memória, Esquecimento, Infância, Laura Alcoba

Resumo

Este artigo propõe uma reflexão sobre a questão da memória e sua narratividade a partir da [re]criação de uma voz calcada na experiência da clandestinidade sob o olhar infantil. Trata-se de analisar o retorno à vivência do trauma, do exílio e do silenciamento que, mais de trinta anos após o Golpe Cívico-Militar argentino, encontra via de expressão na língua francesa, idioma de acolhida de Laura Alcoba. A autora, exilada na França desde o final da década de setenta, filha de militantes do grupo Montoneros, evoca, nos livros aqui analisados, tanto os meses precedentes a 1976, quanto sua descoberta a um só tempo apaixonada e angustiada do francês, o exílio, as perdas e a forte ligação com o pai, sua travessia nas línguas e narrativas.

Biografia do Autor

Dayane Campos da Cunha Moura, Universidade Federal de Juiz de Fora

Doutoranda em Estudos Literários pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professora de Língua Portuguesa e Espanhola no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Juiz de Fora. Mestre em Letras (Estudos Literários) e graduada em Letras, com habilitação em Espanhol, pela UFJF.

Silvina Liliana Carrizo, Universidade Federal de Juiz de Fora

Professora Associada da Universidade Federal de Juiz de Fora, atuando na Faculdade de Letras e no Programa de Pós-graduação em Letras (Estudos Literários). Doutora e Mestre em Letras pela Universidade Federal Fluminense; graduada em Letras pela Universidad de Buenos Aires.

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Publicado

2019-10-01

Como Citar

da Cunha Moura, D. C., & Carrizo, S. L. (2019). Poética da escavação: figurações da memória em Laura Alcoba. Revista Maracanan, (22), 63–82. https://doi.org/10.12957/revmar.2019.40022