O romance missionário-protestante Candida: autoria feminina e relações de gênero na obra de Mary Hoge Wardlaw (séc. XIX-XX)
DOI:
https://doi.org/10.12957/revmar.2019.36331Palavras-chave:
Missões Protestantes, Brasil, Romance, Protagonismo FemininoResumo
Dentre os inúmeros escritos produzidos por missionários protestantes que trabalharam no Brasil durante o século XIX está um romance publicado nos Estados Unidos no ano de 1902 intitulado Candida; or, by a way she knew not. A story from Ceara, o qual teve por autora a missionária presbiteriana Mary Hoge Wardlaw. Esta obra de caráter ficcional apontava como objetivo demonstrar aos seus leitores o processo de inserção do protestantismo na Província do Ceará na década de 1880. Não obstante, mais do que um relato de atuação missionária, o romance de Mrs. Wardlaw também se inseriu em um contexto de ampliação do espectro de atuação feminina no universo protestante norte-americano do fim do século XIX e princípio do século XX. Neste momento várias mulheres, através da ação missionária e da escrita (de memórias, cartas, romances, etc.) operaram determinado protagonismo feminino inserido em uma rede de relações assimétricas de gênero, atuando constantemente no campo de acomodações e astúcias. O presente artigo visa discutir, tendo por foco a obra de Mrs. Wardlaw, de que modo algumas missionárias protestantes em terras estrangeiras – por vezes negligenciadas em estudos acerca do protestantismo – atuaram e expuseram suas visões de mundo ao mesmo tempo em que estavam inseridas em um amplo e complexo jogo de relações de gênero, onde negociações e enfrentamentos nem sempre são de fácil percepção.
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