A distância entre a cidade efêmera e a memória das pedras: arquitetura e hierarquia no Rio de Janeiro do período joanino

Autores/as

  • Carlos Eduardo Pinto de Pinto Universidade do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2018.33640

Palabras clave:

Arquitetura Efêmera, Hierarquia, Rio de Janeiro, Período Joanino

Resumen

O artigo aborda o uso da arquitetura efêmera como forma de consolidação da sociedade de Corte no Rio de Janeiro durante o Período Joanino. Por meio de reflexões a respeito das origens barrocas desse recurso, se defende a existência de uma relação hierárquica entre a cidade ideal, manifestada nos aparatos efêmeros, e a cidade material. Esta, a cidade sombria, das indefinições físicas e sociais, dos ruídos, do mau-cheiro; aquela, a cidade iluminada, da ordenação simétrica e hierarquizada dos espaços e dos corpos, da música, do perfume. A comparação entre as duas, em busca de seus limites e interseções, determina a rota seguida pelo texto.

Biografía del autor/a

Carlos Eduardo Pinto de Pinto, Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Professor do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Possui bacharelado e licenciatura em História pela UERJ, mestrado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

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Publicado

2018-07-23

Cómo citar

Pinto, C. E. P. de. (2018). A distância entre a cidade efêmera e a memória das pedras: arquitetura e hierarquia no Rio de Janeiro do período joanino. Revista Maracanan, (19), 101–119. https://doi.org/10.12957/revmar.2018.33640