Entre as crises e o colapso: cinco notas sobre a falência estrutural do capitalismo

Autores

  • Maurílio Lima Botelho Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

DOI:

https://doi.org/10.12957/revmar.2018.31274

Palavras-chave:

Capital, Crise do Trabalho, Crise do Estado, Globalização

Resumo

O objetivo do texto é apontar que as frequentes crises na economia mundial, desde a década de 1970, não são expressões corriqueiras de uma instabilidade capitalista, mas sinal de um colapso da própria formação social burguesa. A usual afirmação de que “capital é crise” torna a reflexão sobre a sua história vazia. Por outro lado, não basta se prender à descrição meramente factual para mostrar as novidades nos eventos de crise. Somente enfrentando categoricamente a processualidade histórica do capital é que se torna possível determinar o colapso. Para isso desenvolvemos teoricamente cinco processos que explicam a originalidade de falência estrutural responsáveis pelas crises contemporâneas.

Biografia do Autor

Maurílio Lima Botelho, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Professor do curso de graduação e mestrado em Geografia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Campus Seropédica. Possui Licenciatura em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), mestrado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela UFRRJ e doutorado também por este programa.

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Publicado

2018-01-16

Como Citar

Botelho, M. L. (2018). Entre as crises e o colapso: cinco notas sobre a falência estrutural do capitalismo. Revista Maracanan, (18), 157–180. https://doi.org/10.12957/revmar.2018.31274