Um bosque de folhas sagradas: o Santuário Nacional da Umbanda e o culto da natureza

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/interag.2018.39594

Palavras-chave:

religiões afro-brasileiras, rituais religiosos, conservação da natureza, natureza/cultura

Resumo

O Santuário Nacional da Umbanda, localizado na Região Metropolitana de São Paulo, é um espaço de Mata Atlântica reivindicado e recuperado pelos seus frequentadores. É reservado às práticas rituais dos adeptos das religiões afro-brasileiras, sobretudo da umbanda, onde as entidades estão diretamente associadas aos elementos naturais. Com base em um trabalho etnográfico (observação de campo e entrevistas) realizado com frequentadores do Santuário, analisamos as características do conhecimento religioso associado aos significados das plantas cultuadas, bem como o acesso a esse material e a importância da existência do Santuário. Foram mencionados 64 tipos de plantas cultuadas, sendo grande parte delas componente da cultura popular brasileira, e que possuem um sistema de classificação baseado em pares de oposição que corresponde à lógica do pensamento umbandista. Os relatos mostram como as concepções de natureza, energia, entidades e conservação estão interligadas. Para os frequentadores, o Santuário também é visto como um lugar para o culto sagrado da umbanda, diante dos problemas contemporâneos como violência e intolerância religiosa. O processo de urbanização dificultou a relação dos umbandistas com a natureza e o acesso às ervas; daí o anseio da comunidade pela existência de um espaço natural íntegro, sagrado e acolhedor, ainda que uma natureza “construída” para o culto.  

Biografia do Autor

Matheus Colli-Silva, Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências. Departamento de Botânica.

Aluno de mestrado do programa de pós-graduação em Botânica pelo Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo.

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Publicado

2019-04-05

Como Citar

Colli-Silva, M., & da Silva, V. G. (2019). Um bosque de folhas sagradas: o Santuário Nacional da Umbanda e o culto da natureza. Interagir: Pensando a extensão, 1(26), 11–33. https://doi.org/10.12957/interag.2018.39594

Edição

Seção

ARTIGOS