Maioria Absoluta (1964): crítica ao latifúndio pelas lentes de Leon Hirszman (1937-1987)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.74154

Palavras-chave:

Cinema, Propriedade, Leon Hirszman.

Resumo

A questão da propriedade privada se demonstra como central para o entendimento das sociedades modernas e capitalistas, na medida em que a base de sustentação deste sistema político, social e histórico – o capitalismo moderno, tem no valor particular a justificativa para a individualização da posse de terras. Nesse sentido, temos por objetivo apresentar neste artigo a forma como a crítica à propriedade foi feita pelo cineasta Leon Hirszman (1937-1987) no filme Maioria Absoluta (1962), durante um período da história do Brasil (1960-1964) marcado por intensas movimentações políticas de crítica ao modelo de desenvolvimento capitalista. 



Biografia do Autor

Maíra Santana Marinho da Cunha, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Doutoranda pelo Programa de Pós Graduação em História Política da UERJ (PPGH/UERJ). Mestre em História (UERJ) e graduada em História (UERJ)

Referências

Fonte:

MAIORIA absoluta (1964). Direção: Leon Hirszman. Roteiro: Leon Hirszman. Narração: Ferreira Gullar. Rio de Janeiro. 20min, sono., p&b. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=B-iWyTrjcCY. Acesso em: 19 ago. 2022

Referências bibliográficas:

ANDRADE, Diogo de Calasans Melo (2018). Historicidade da propriedade privada capitalista e os cercamentos. Revista História: debates e tendências, v. 18, n. 3, p. 408-419.

ARAÚJO, Maria Paula (2007). Memórias Estudantis, 1937 – 2007: da fundação da UNE aos nossos dias. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Roberto Marinho.

ARAÚJO, Maria Paula (2012). Intelectuais, artistas e revolucionários: o cinema militante no Brasil e na Argentina nos anos 1960 e 70. Boletim Tempo Presente, Aracaju, n. 1, p. 1-17.

AVRITZER, Leonardo (2018). O pêndulo da democracia no Brasil: Uma análise da crise 2013–2018. Novos Estudos, São Paulo, v. 37, n. 2, maio – agosto.

BOUCHERON, Patrick (2015). DELALANDE, Nicolas. Por uma história-mundo. 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica.

FERRO, Marc (1976). Filme: uma contra-análise da sociedade? In: LE GOFF, J.; NORA, P.(Orgs.). História: novos objetos. Tradução de Terezinha Marinho. Rio de Janeiro: F. Alves, p. 202-203.

FIGUEIREDO, Argelina Cheibub (1993). Democracia ou reformas? Alternativas democráticas à crise política: 1961-1964. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

GOMES, Angela de Castro; HANSEN, Patricia Santos (2016). Intelectuais mediadores: práticas culturais e ação política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

GRAMSCI, Antonio (1989). Os intelectuais e a organização da cultura. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

GUERRA, François-Xavier (2003). El renacer de la historia politica: razones y propuestas. Universidade de Paris.

GUIMARÃES, Gessica (2017). Tempo histórico como urgência: considerações sobre a experiência de tempo no Brasil de JK. In: GUIMARÃES, Gessica; BRUNO, Leonardo; PEREZ, Rodrigo. Conversas sobre o Brasil. Rio de Janeiro: Autografia.

HAMBURGER, Esther; GOMES, Talles (2017). Leon Hirszman e a trilogia dos Cantos de trabalho. Revista Rumores. São Paulo, v. 11, n. 2, jan. – jun.

HOLLANDA, Heloisa Buarque de (2004). Impressões de Viagem: CPC, vanguarda e desbunde: 1960/1970. Rio de Janeiro: Aeroplano.

KORNIS, Monica Almeida (1992). História e Cinema: um debate metodológico. Estudos Históricos, Rio de Janeiro. v. 5, n. 10, p. 237-250.

MARTINS, José de Souza (2011). A política do Brasil: lúmpem e místico. São Paulo: Contexto.

MENDONÇA, Sonia Regina (1986). Estado e Economia no Brasil: opções de desenvolvimento. 3. ed. Rio de Janeiro: Graal.

MORE, Thomas (1973). Utopia (1516). [S.l]: Publicações Europa-América.

MORETTIN, Eduardo Victorio (2003). O cinema como fonte histórica na obra de Marc Ferro. História: Questões & Debates, Curitiba, n. 38, p. 11-42. Editora UFPR.

MYERS, Jorge (2016). Músicas distantes. Algumas notas sobre a história intelectual hoje: horizontes velhos e novos, perspectivas que se abrem. In: SÁ, Maria Elisa de Noronha. História Intelectual Latino-Americana. Itinerários, debates e perspectivas. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio.

ORTIZ, Renato (1986). Cultura brasileira e identidade nacional. São Paulo: Brasiliense.

RAMOS, Fernão Pessoa (2004). Cinema verdade no Brasil. In: TEIXEIRA, Francisco Elinaldo (Org.). Documentário do Brasil: tradição e transformação. São Paulo: Summus.

PAZ, Juan Valdés (2011). A Revolução Agrária Cubana: conquistas e desafios. Estudos Avançados, São Paulo, v. 25, n. 72.

PALTÍ, Elías J (2007). La nueva historia intelectual y sus repercusiones en América Latina.História Unisinos, v. 11, n. 3, set. - dez.

PÉCAUT, Daniel (1990). Intelectuais e a política no Brasil. São Paulo: Ática.

POCOCK, J.G.A (2011). Pensamiento político e historia: Ensayo sobre teoría y método. Madri: Ed. Akal.

PUJOL, Xavier Gil (2007). Tiempo de política. Perspectivas historiográficas sobre la Europa Moderna. Barcelona: Universitat de Barcelona.

SALEM, Helena (1997). Leon Hirszman: O navegador das estrelas. Rio de Janeiro: Rocco.

SARLO, Beatriz (2007). Tempo Passado - Cultura da memória e guinada subjetiva. Belo Horizonte: UFMG.

SIRINELLI, Jean François (1996). Os intelectuais. In. REMOND, René. Por uma história política. Rio de Janeiro: ed. UFRJ.

SOUZA, Miliandre Garcia (2004). A questão da cultura popular: as políticas culturais do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE). Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 24, n. 47, p. 127-62.

TOLEDO, Caio Navarro de (1977). ISEB: fábrica de ideologias. São Paulo: Ática.

Downloads

Publicado

2023-07-26

Como Citar

Marinho da Cunha, M. S. (2023). Maioria Absoluta (1964): crítica ao latifúndio pelas lentes de Leon Hirszman (1937-1987). Intellèctus, 22(1), 223–245. https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.74154