Fazendeiros e membros de boas famílias: análise das propriedades e da nobreza de homens da agricultura de abastecimento (Nova Friburgo – 1850-1883)
DOI:
https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.74103Palavras-chave:
História Agrária, História do Abastecimento, Nova FriburgoResumo
O artigo objetiva demonstrar a importância da produção de gêneros para o mercado interno, entre 1850 e 1883, em parte do território de Nova Friburgo: as Terras Frias. Ele dialoga com a História Agrária e ratifica a defesa de análises regionais para o entendimento da agricultura brasileira. Por meio da microanálise e da variação de escalas, ele se fundamenta na reflexão bibliográfica e na apreciação de fontes como: periódicos; documentos eclesiásticos, administrativos; e inventários de fazendeiros locais. Por meio delas, foi possível compreender que os sujeitos envolvidos na produção para o abastecimento não estavam alijados do mercado, possuíam vários bens e se inseriam na escravidão. O sucesso econômico permitiu que participassem da administração pública. Esses membros da boa sociedade construíram prestígio social, o que os permitiu se distinguir socialmente.
Referências
Fontes.
ALMANAK LAEMMERT. Edições de 1856 a 1883. Disponível no site: http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_periodicos/almanak/almanak.htm . Acesso em: 02 de fevereiro de 2023.
ATAS DA C MARA DE NOVA FRIBURGO (1820-1901). Transcrição de Carlos Jayme S. Jaccoud. Nova Friburgo, RJ: Fundação D. João VI, 2015.
BARRAL e da PEDRA BRANCA, Luísa Margarida Portugal de Barros, condessa de (1977). Cartas a Suas Majestades, 1859-1890. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.
CARVALHO, Antonio (1899). Uma fazenda mineira. Monografia-estudo de uma fazenda modelo. Belém. Typ. do Diário Oficial.
FONSECA, Padre Antonio Caetano (1863). Manual do Agricultor dos gêneros alimentícios. Ou methodo da cultura mixta destes gêneros nas terras cansadas. Rio de Janeiro: Eduardo e Henrique Laemmert.
INVENTÁRIOS Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Acervo Permanente: Antonio Francisco de Bragança, caixa:157656696/7.G2.S26.1096 ;
Manuel Francisco do Canto, caixa: 6048754/7.G1.S23.1061;
Domingos Gomes de Siqueira, caixa: 014111299;
Manuel José de Siqueira, caixa: 14111330/7.G6.S7.892;
João Luiz de Siqueira Queiroz (Partilha), Caixa: 14111305/7.G7.S3.106;
Dimas Ferreira Pedrosa, caixa: 01411.1380.
PECKOLT, Theodoro (1871). História das Plantas Alimentares e de Gozo do Brasil. Vol. 1 e 2. Rio de Janeiro: Eduardo e Henrique Laemmert
OFÍCIO ALFREDO AUGUSTO PEREIRA DE FREITAS informando sobre a agricultura, indústria pastoril, etc. Arquivo do Fundo da Administração de Nova Friburgo, 1883. Doc. Nº 4989. Fundação D. João VI. Disponível no site: https://www.djoaovi.com/arquivo/promemoriadigital/fundoadmnf. Acesso em: 1 dezembro de 2020.
REGISTRO PAROQUIAL DE TERRAS. Município de Nova Fribrugo APERJ. Disponível no site: http://www.docvirt.no-ip.com/aperj/acervo.htm Acesso em: 01 de fevereiro de 2023.
LIVRO DE REGISTRO DE ÓBITOS DA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DE SEBASTIANA.
TAUNAY, Carlos Augusto [1839]. (2001) Manual do Agricultor Brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras.
Referências Bibliográficas.
ARAÚJO. João Raimundo (2003). A construção do mito da suíça (1910-1960). Tese (Doutorado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ).
ARAÚJO, João Raimundo de; LO BIANCO, Regina; COSTA, Ricardo Rosa da Gama (2019) (Org.) Teia Serrana II: novos temas e novas abordagens. Nova Friburgo: Marca Gráfica Editora.
Atas da Câmara de Nova Friburgo (2015). Transcrição de Carlos Jayme S. Jaccoud. Nova Friburgo: Fundação D. João VI.
BARTH, Fredrik (1978). Scale and Social Organization. Oslo: Universitetforlaget.
BOM, Henrique (2004). Imigrantes: a saga do primeiro movimento migratório organizado rumo ao Brasil às portas da independência. Nova Friburgo: Imagem Virtual.
BOURDIEU, Pierre (2010). O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand.
C MARA, Marianny de Casto (2020). Investigando trajetórias, conhecendo a história – o desenvolvimento da família suíça na vila de São Pedro de Cantagallo, 1830-1885. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Salgado de Oliveira, Niterói.
CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira (2012). “A história do abastecimento e a historiografia brasileira”. IN GUIMARÃES, Carlos Gabriel; PIÑEIRO, Théo Lombarinhas; CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira. (ORG) (2012) Ensaios de História Econômico – Social: séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: EDUFF. 17-39.
CARDOSO, Ciro Flamarion Santana (1979). Agricultura, escravidão e capitalismo. Petrópolis: Vozes.
CARDOSO, Citro Flamarion Santana (1987). Escravo ou camponês? O protocampesinato negro nas Américas. São Paulo: Brasiliense.
CASTRO, Hebe Maria Mattos de (2009). Ao Sul da História: lavradores pobres na crise do trabalho escravo. Rio de Janeiro: Editoria FGV.
CORRÊA, Maria Janaína Botelho e SANTOS, Selmo de Oliveira (2019). “Terras Frias: um ensaio sobre a reforma agrária na fazenda Rio Grande.” In. ARAÚJO, João Raimundo de; LO BIANCO, Regina; COSTA, Ricardo Rosa da Gama (Orgs.) Teia Serrana II: novos temas e novas abordagens. Nova Friburgo: Marca Gráfica Editora.
COSTA, Ricardo Gama da Costa e GUIMARÃES, Fernanda (2020) (Orgs). Memórias do legislativo Friburguense: 200 anos de história da Câmara Municipal. Nova Friburgo: Gráfica Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
DIAS, Maria Odila (1986) “A interiorização da metrópole:1808-1853”. IN MOTTA, Carlos Guilherme (ORG) (1986) 1822: Dimensões. São Paulo: Perpesctiva
ERTHAL, Rui (2006). A presença de dois distintos padrões de organização agrária moldando a região de Cantagalo, província do Rio de Janeiro, na primeira metade do século XIX. Scripta Nova, Barcelona, v. X.
ERTHAL, Rui (2020). A colonização suíça e alemã em Nova Friburgo. A dispersão espacial dos colonos da Gleba Rural. Niterói: Candido.
FARIA, Sheila de Castro (1986). Terra e trabalho em Campos dos Goitacases (1850-1920) Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói.
FERREIRA, Ana Lúcia Nunes (2001). O município de Macaé: fortunas agrárias na transição da escravidão para o trabalho livre. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói.
FÉO, Roberto (2010). Raízes de Teresópolis. Outras histórias e outras coisas (1500-2010). Teresópolis: Zem Gráfica e Editora.
FILHO, Heitor Plínio de Moura (2010). Câmbio de longo prazo do mil-réis: uma abordagem empírica referente às taxas contra a libra esterlina e o dólar (1795-1913). Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 11, n. 15, jul.-dez. 2010, p. 9-34. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/cadernoshistoria/article/view/P.2237-8871.2010v11n15p9. Acesso em: 20 ago. 2019.
FRAGOSO, João (2013). Barão do Café e sistema agrário escravista: Paraíba do Sul/Rio de Janeiro (1830-1888). Rio de Janeiro: 7 Letras.
FRAZÃO, Gabriel Almeida (2020). Um negociante das “Terras Frias”: uma análise das estratégias de aquisição fundiária do português Antonio José Mendes (Nova Friburgo, 1860-1914). Revista Maracan. n. 23, : 59-82.
FRAZÃO, Gabriel Almeida (2021) “A nobreza agrária das Terras Frias”: análise preliminares das estratégias políticas, sociais e econômicas de Dimas Ferreira Pedrosa (Nova Friburgo/RJ – Séc. XIX). Revista de História Regional. V. 26. N.2: 507-538.
FRAZÃO, Gabriel Almeida (no prelo) “A antiga riqueza da região”: uma análise introdutória sobre a produção de batatas na Vila de Nova Friburgo/RJ, (1850-1920). História Revista.
FURTADO, Celso (1961). Formação Econômica do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Fundo de Cultura.
GINZBURG, Carlo (1989). Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras.
GUIMARÃES, Alberto Passos (1968). Quatro Séculos de Latifúndio. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
JACCOUD, Raphael Luiz Siqueira (1999). História, Contos e Lendas da Velha Friburgo. Nova Friburgo, RJ: Múltipla Cultural.
LENHARO, Alcir (1992). As Tropas da Moderação. O Abastecimento da Corte na Formação Política do Brasil - 1808-1842. Rio de Janeiro: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
LEVI, Giovanni (2000). A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
LINHARES, Maria Yeda Leite (1979). História do Abastecimento: uma problemática em questão (1530-1918). Brasília: BINAGRI.
LINAHRES, Maria Yeda e SILVA, Francisco Carlos Teixeira (1981). História da Agricultura Brasileira: combates e controvérsias. São Paulo: Brasiliense.
LISBOA, Edson de Castro (2003). “Café e Escravidão em Nova Friburgo no século XIX” In. MAYER. Jorge Miguel; ARAÚJO, João Raimundo (Orgs.) Teia Serrana: formação histórica de Nova Friburgo. Rio de Janeiro: Editora ao livro Técnico, p.81-105.
MACHADO, Marina Monteiro (2011). “Almanak Laemmert”. In: MOTTA, Márcia e GUIMARÃES, Elione (ORG.) Propriedades e disputas. Guarapuava: Unicentro; Niterói: EDUFF: 159-162.
MACHADO, Rubens da Mota (2013). A terra e seus muitos domínios: senhores, lavradores e escravos nas redes pelo usufruto da terra. (Vila de Iguaçu, 1840-1880). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MARQUESE, Rafael de Bivar (2006). A dinâmica da escravidão no Brasil: resistência escrava, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a XIX. Novos Estudos. Volume 4. Cebrap: São Paulo.
MARQUESE, Rafael e TOMICH, Dale, 2015. “O Vale do Paraíba escravista e a formação do mercado mundial do café no século XIX.” In. MUAZE, Mariana e SALLES, Ricardo (org.). O Vale do Paraíba e o império do Brasil nos quadros da segunda escravidão. Rio de Janeiro: 7 Letras.
MARRETTO, Rodrigo Marins (2015). “Migrantes do império do Brasil: a trajetória de Jean Bazet nas origens da Vila de Nova Friburgo, 1820-1858”. Saeculum. João Pessoa, v. 33, jul-dez: 13-30
MARRETTO, Rodrigo Marins (2017). Os Sertões do Leste da Província da Província Fluminense: Cantagalo e Nova Friburgo sob o impacto da Segunda Escravidão (1820-1872). Revista Territórios & Fronteiras, Cuiabá, vol. 10, n. 1, jan.-jul: 67-91.
MARRETTO, Rodrigo Marins (2018). A escravidão velada: senhores e escravos na formação da Vila de São João Batista de Nova Friburgo (1820-1850). Rio de Janeiro: Revan.
MARRETTO, Rodrigo Marins (2020) “Tráfico de escravos e escravidão na trajetória do Barão de Nova Friburgo – século XIX. Revista Maracan, Rio de Janeiro, n.25m set-dez: 272-306.
MARRETTO, Rodrigo Marins (2019). O opulento capitalista: café e escravidão na formação do1 patrimônio familiar do Barão de Nova Friburgo. (1829-1873). Tese (Doutorado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói (RJ).
MATTOS, Ilmar Rohloff e GONÇALVES, Márcia de Almeida (1991). O Império da Boa Sociedade: a consolidação do Estado Imperial Brasileiro. São Paulo: Atual.
MATTOSO, Kátia M (1992). de Queirós. Bahia, século XIX: uma província do Império. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
MAYER. Jorge Miguel; ARAÚJO, João Raimundo (2003) (Orgs.) Teia Serrana: formação histórica de Nova Friburgo. Rio de Janeiro: Editora ao livro Técnico.
MAYER, Jorge Miguel (2003). Raízes de Mundo Caipira: o caso de Nova Friburgo. Tese (Doutorado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói.
MAUAD, Ana Maria (2011). “Imagem e autoimagem do Segundo Reinado”. In. ALENCASTRO, Luiz Felipe. (Org.) História da Vida Privada no Brasil, Vol. 2. São Paulo: Companhia das Letras.
MOTTA, Márcia Maria Menendes (1989). Pelas Bandas d’Além: fronteira fechada e arrendatários escravistas em uma região policultora. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói.
MOTTA, Márcia Maria Menendes (2005). “História Agrária” In MOTTA, Márcia Maria Menendes (Org.). Dicionário da Terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,. 239-240.
MOTTA, Márcia Maria Menendes (2008). Nas fronteiras do poder: conflito e direito à terra no Brasil do século XIX. Niterói: EDUFF.
MOTTA, Márcia Maria Menendes (2014). O Rural à la gauche. Niterói: Editora da UFF.
NICOULIN, Martin (1995). A Gênese de Nova Friburgo. Emigração e colonização suíça no Brasil (1817-1827). Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional.
NOVAIS, Fernando (1985). Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808).São Paulo: HUCITEC.
NUNES, FRANCIVALDO (2011). “Inventários e partilhas”. IN MOTTA, Márcia Maria Menendes e GUIMARÃES, Elione (ORG)(2011). Propriedades e disputas: fontes para a história dos oitocentos. Guarapuava: Unicentro; Niterói: EDUFF, 57-59.
PEDRO, José Carlos. (1999) A Colônia do “Morro Queimado”: suíços e luso-brasileiros na Freguesia de São João Batista de Nova Friburgo (1820-31). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói.
PROENÇA, Anne Thereza de Almeida. (2020) “Senhor vereador doutor: as frentes de atuação de Carlos Eboli na Câmara Municipal de Nova Friburgo.” In. COSTA, Ricardo Gama da Costa e GUIMARÃES, Fernanda (Orgs). Memórias do legislativo Friburguense: 200 anos de história da Câmara Municipal. Nova Friburgo: Gráfica Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, 95-114.
REVEL, Jacques (1998)(Org.). Jogos de escala: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Ed. FGV.
SALLES, Ricardo (2008). E o Vale era o escravo: Vassouras, século XIX. Senhores e escravos no coração do Império. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008;
SAMPAIO, Antonio Carlos Jucá (1994). Magé na crise do escravismo. Sistema agrário e evolução econômica na produção de alimentos (1850-1888). Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal Fluminense, Niterói.
SIMONSEN, Roberto (1957). História econômica do Brasil. São Paulo: Edição Nacional.
SODRÉ, Nelson Werneck (1963). Introdução à Revolução Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
TEIXEIRA, Adriano Braga (2012) “Inventários post mortem: possibilidades de pesquisa a partir de uma fonte plural. Mal-Estar e Sociedade. Ano V. n.8. Barbacena. Jan-junho: 63-83.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1. Os Direitos Autorais dos artigos publicados na Revista Intellèctus pertencem ao(s) seu(s) respectivo(s) autor(es), com os direitos de primeira publicação cedidos à Revista, com o trabalho simultaneamente licenciado sob uma LicençaCreative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional, a qual permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2. O(s) autor(es) tem/têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal), após o processo editorial, uma vez que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado. Nesse caso, deverão ser fornecidos o crédito apropriado e um link do repositório original.
A Revista Intellètus está licenciada com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.
