O ser Quilombola e o viver em um Quilombo Construção discursiva do feminismo negro contemporâneo em fricções entre culturas rurais e urbanas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.73835

Palavras-chave:

Memória, Quilombo, Feminismo Negro.

Resumo

O artigo analisa enunciados de líder quilombola da região serrana do Estado do Rio de Janeiro, produzidos entre 2019 a 2021. Pontua nas micronarrativas, na modalidade oral da língua portuguesa, signos diretamente relacionados a eixos temáticos desenvolvidos por Lorde (2019), Gonzáles (2020) e Kilomba (2019), na construção discursivo-teórica do feminismo negro, com ênfase na relação território/luta antirracista. E tópicos da filosofia da linguagem de Walter Benjamin sobre o narrador sinalizam interfaces discursivas entre tradição e modernidade. Em resultado, redimensiona a argumentatividade da fala quilombola, de registro coloquial e variedade linguística presente na zona rural fluminense. Evidencia sintonia temática e pertencimento desse discurso, na ordem da reflexão bem como da praxis, com/a discursos em defesa de pautas identitárias, antirracistas e afirmativas de direitos das comunidades tradicionais brasileiras e afrodescendentes em diáspora. 


Biografia do Autor

Maria Aparecida Silva Ribeiro, Universidade Federal de Sergipe

Professora Associada ao Departamento de Letras Vernáculas.

Professora do Mestrado Profissional em Letras. PROFLETRAS.

Estudos da Literatura.

Literatura Brasileira.

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Publicado

2023-07-26

Como Citar

Silva Ribeiro, M. A. (2023). O ser Quilombola e o viver em um Quilombo Construção discursiva do feminismo negro contemporâneo em fricções entre culturas rurais e urbanas. Intellèctus, 22(1), 339–362. https://doi.org/10.12957/intellectus.2023.73835