Um crescendo de tomada de consciência: a Conjuração Baiana de 1798 no primeiro centenário da Independência do Brasil

Autores

  • Patrícia Valim Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2020.52500

Palavras-chave:

Historiografia, Conjuração Baiana de 1798, Independência do Brasil.

Resumo

O artigo analisa o modo pelo qual a historiografia ligada ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, no período do primeiro centenário da Independência do Brasil, inverteu o polo das análises oitocentistas sobre a Conjuração Bahiana de 1798 –um evento pedagógico da história pátria em razão da criminalização do exercício político de homens livres, pobres e adeptos ao projeto de nação repuplicana -, para considerá-lo como a etapa popular do processo de tomada de consciência da situação colonial que resultou na Independência do Brasil, em 1822.

Biografia do Autor

Patrícia Valim, Universidade Federal da Bahia

Doutora em História pela USP

Referências

ABREU, Márcia Abreu e SCHAPOCHNIK, Nelson (Orgs.) (2005). Cultura letrada no Brasil: objetos e práticas. Campinas/São Paulo: Mercado das Letras/FAPESP. AMARAL, Braz do (1927). A Conspiração Republicana de 1798. Rio de Janeiro, Imprensa Nacional.

AMARAL, Braz do (1957). A história da Independência na Bahia. Salvador: Livraria Progresso Editora, 2a.ed.

ARRUDA, José Jobson de & PILETTI, Nelson (2000). Toda a História: História Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática.

AZEVEDO, Silvia Maria. (2005). Tiradentes ou a canonização de um herói. Patrimônio e Memória. UNESP, FCLAs, CEDAP, vol. 1, n. 1.

BARROS, Francisco Borges de (1922). Os Confederados do Partido da Liberdade. Salvador: Imprensa Oficial do Estado.

BARROS, Francisco Borges de (1929). Primórdios das Sociedades Secretas da Bahia. Salvador, Imprensa Oficial do Estado.

BOURDIEU, Pierre (1989). O Poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.

CALLARI, Claudia Regina (2001) Os Institutos Históricos: do Patronato de D. Pedro II à construção do Tiradentes. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 21, n. 40, p. 62.

CARVALHO, José Murilo de (1980). A construção da ordem: a elite política imperial. Rio de Janeiro: Campus.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. (1995). A herança colonial – sua desagregação. In: História da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, vol. 1.

IGLESIAS, Francisco (2000). Historiadores do Brasil: capítulos de historiografia brasileira. Rio de Janeiro/Belo Horizonte: Nova Fronteira/Editora da UFMG.

JANCSÓ, István (1996). Na Bahia contra o Império: história do ensaio de sedição na Bahia de 1798. São Paulo: Hucitec.

JANCSÓ, István (2001). Um problema historiográfico: o legado de D. Fernando José de Portugal. Anais do IV Congresso de História da Bahia, Salvador, Instituto Histórico e Geográfico da Bahia/Fundação Gregório de Mattos, vol. 1.

LE GOFF, J. (1984). Memória. In: Enciclopédia Einaudi., Imprensa Nacional, Casada Moeda, vol. 1.

LESSA, Clado Ribeiro (1954). Vida e obra de Varnhagen. RIHGB, n. 224.

MATTOS, Florisvaldo (1998). A comunicação social na Revolução dos alfaiates. Salvador: Assembleia Legislativa do Estado/Academia de Letras da Bahia, 2a. edição.

MATTOSO, Kátia M. de Queirós (1969). Presença francesa no Movimento Democrático Baiano de 1798. Salvador: Itapuã.

MATTOSO, Kátia M. de Queirós (1992). Bahia, século XIX: uma província no Império. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.

MATTOSO, Kátia M. de Queirós (2004). Da Revolução dos Alfaiates à riqueza dos baianos no século XIX. Salvador: Corrupio.

MOTA, Carlos Guilherme (1986). Idéia de Revolução no Brasil. São Paulo: Cortez. NOVAIS, Faustino Xavier. Os Homens de Lettras. Revista Popular, TomoXII, pp. 327-336; Os Homens de Tretas. Revista Popular, Tomo XIII, pp. 327-336;

NOVAIS, Faustino Xavier. Os Homens de Tretas. Revista Popular, Tomo XIII, pp. 193-206.

NOVAIS, Fernando Antônio (2001). Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). São Paulo: Hucitec, 7a. Edição.

POLLACK, M. (1992). Memória e identidade social. Estudos Históricos, v. 5, nº. 10. RODRIGUES, José Honório (1967). Varnhagen, mestre da história geral do Brasil. RIHGB, vol. 275.

RODRIGUES, José Honório (1979). História da História do Brasil. Historiografia colonial. São Paulo/Brasília: Companhia Editora Nacional/INL.

SERELLE, Márcio Vasconcelos (1999). No início da História da Conjuração Mineira: o fato e a ficção na construção da obra de Joaquim Norberto de Sousa e Silva. Gragotá, Niterói, n. 6, p. 191.

SERELLE, Márcio Vasconcelos (2002). Os versos ou a história: a formação da Inconfidência Mineira no imaginário do Oitocentos. Tese de doutoramento defendida no departamento de Teoria Literária, IEL, UNICAMP.

SOUSA, Maria Aparecida Silva de (2005). História, memória e historiografia: abordagens sobre a Independência na Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (1894-1923). Politéia: História e Sociedade, Vitória da Conquista, vol. 5, n.1, pp. 177-195.

TAVARES, Luís Henrique Dias (1975). História da Sedição intentada na Bahia em 1798 (A Conspiração dos Alfaiates). São Paulo/Brasília: Pioneira/INL.

TAVARES, Luís Henrique Dias (2001). História da Bahia. São Paulo: Editora da Unesp.

VALIM, Patrícia (2007). Da Sedição dos Mulatos à Conjuração Baiana de 1798: a construção de uma memória histórica. Dissertação de Mestrado, DH/FFLCH/USP.

VALIM, Patrícia (2018). Corporação dos enteados: tensão, contestação e negociação política na Conjuração Baiana de 1798. EDUFBA.

VALIM, Patrícia. (2019). Conjuração Baiana de 1798 e República Bahinense. In: SCHWARCZ, Lilia M. e STARLING, Heloísa M. Dicionário da República. São Paulo: Companhia das Letras, pp. 53-59.

VARNHAGEN, Francisco Adolfo (1981). História geral do Brasil antes de sua separação e independência de Portugal. Belo Horizonte/São Paulo: Itatiaia/Edusp, 10 edição integral.

Downloads

Publicado

2020-07-17

Como Citar

Valim, P. (2020). Um crescendo de tomada de consciência: a Conjuração Baiana de 1798 no primeiro centenário da Independência do Brasil. Intellèctus, 19(1), 141–176. https://doi.org/10.12957/intellectus.2020.52500