No bagageiro de Stalin: Benedito Mergulhão e a estrutura de sentimento anticomunista no Brasil dos anos 1940

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/intellectus.2020.47557

Palavras-chave:

Benedito Mergulhão, Anticomunismo, Estrutura de sentimentos.

Resumo

A partir da leitura do livro O Bagageiro de Stalin, publicado em 1946 pela Editora Moderna, do Rio de Janeiro, de autoria do jornalista e político Benedito Mergulhão (1901-1966), pretendemos compreender as condições que possibilitaram as críticas do autor ao comunismo no contexto do Pós-Segunda Guerra, enfatizando as denúncias dedicadas ao político Luiz Carlos Prestes (1898-1990), na época elevado pela esquerda à categoria de mito político revolucionário brasileiro. Para isso, realizamos dois movimentos complementares, de crítica interna/externa, primeiramente analisando o lugar social do autor (CERTEAU, 2008) e em seguida o contexto brasileiro e internacional dos anos 1940; em um segundo momento investigamos o anticomunismo como uma estrutura de sentimento (WILLIAMS, 1979) presente na obra que compreendeu Luiz Carlos Prestes como um emblema do comunismo e do anticomunismo do período.

Biografia do Autor

Bruno Rafael de Albuquerque Gaudêncio, Universidade de São Paulo

Doutorando em História Social pela Universidade de São Paulo. Mestre em História pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Graduado em Jornalismo e História pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).

Referências

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2. Livro

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Publicado

2020-12-22

Como Citar

Gaudêncio, B. R. de A. (2020). No bagageiro de Stalin: Benedito Mergulhão e a estrutura de sentimento anticomunista no Brasil dos anos 1940. Intellèctus, 19(2), 292–308. https://doi.org/10.12957/intellectus.2020.47557