QUANTO A GEOGRAFIA BRASILEIRA FALA SOBRE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?

Autori

  • Antonio Carlos Oscar Júnior Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ https://orcid.org/0000-0001-9751-5884
  • Renan Tete Cavalcante Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ
  • Kim Isabell Ruhberg Christian-Albrechts-Universität zu Kiel

Parole chiave:

Epistemologia. Análise ambiental. Planejamento ambiental.

Abstract

Muito embora nos Estados Unidos e, sobretudo, na Europa a Geografia participa ativamente na elaboração e modernização do conceito de Serviços Ecossistêmicos, no Brasil a Geografia, quando muito, apenas se utiliza de alguma fundamentação conceitual ou metodológica estrangeira para apenas aplicá-la, tangenciando todo seu potencial enquanto ferramenta de análise e gestão ambiental do território, bem como catalizador de avanços epistêmicos. O objetivo deste artigo foi avaliar, através de periódicos nacionais da Geografia, a representatividade da do conceito de Serviços Ecossistêmicos nas diversas perspectivas de estudo. Assim, através de uma análise bibliconométrica, buscou-se demonstrar como o tema, já inserido no meio acadêmico nacional, é trabalhado, igualmente, reafirmando sua pertinência para a Geografia. Os resultados apontam para a pouca aderência da temática na Geografia brasileira. Em face deste resultado, o artigo faz também a discussão de algumas metodologias e conceitos concernentes à temática, com mote de popularizar e trazer o tema para o cotidiano da Geografia. Finalmente, se espera que este trabalho contribua de alguma forma para uma maior difusão do tema.

Biografie autore

Antonio Carlos Oscar Júnior, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Doutor em Geografia pela UNICAMP (2018), Mestre e Bacharel em Geografia pela UFRJ (2014; 2011). Desenvolve atividades na grande área de Geografia Física, com ênfase em: Climatologia, Modelagem de Dados Geográficos, Riscos Ambientais, Desastres Naturais, Gestão Territorial, Geografia da Saúde e Políticas Públicas. Exerceu a função de Diretor de Planejamento Urbano na Subsecretaria de Urbanismo da Prefeitura Municipal de Duque de Caxias (RJ) onde gerenciou diversos projetos de gestão urbana. Também foi consultor do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTi) elaborando subsídios para a III Comunicação Nacional para a Convenção Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas. Atualmente é Procientista, Professor Adjunto do Departamento de Geografia Física da UERJ, do Programa de Pós-graduação em Geografia (PPGEO/UERJ), do Mestrado Profissional em Ensino de Geografia em Rede Nacional (PROFGEO), membro e conselheiro da Associação Brasileira de Climatologia (ABClima), membro da Associação Internacional de Clima Urbano (IAUC) e Representante da América Latina junto à Comissão Internacional de História da Meteorologia (ICHM) da União Internacional em História e Filosofia da Ciência e Tecnologia (2018-2021).

Renan Tete Cavalcante, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Bacharel em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ

Kim Isabell Ruhberg, Christian-Albrechts-Universität zu Kiel

4+ years experience in environmental consulting. Consultant for a project on ecosystem services in international cooperation in Brazil. Strong research professional with a Master’s Degree in Ecohydrology (Erasmus Mundus Master Program). Native German speaker lived abroad for two years in English-speaking nations and approx. one year each in Brazil and Portugal.
Currently, I consult agricultural holdings on agricultural water protection, best practices, environmental law, material flow analysis and sustainable production. Working with over 60 farm holdings, I have developed excellent communications skills and established trust-based relationships with my clients, colleagues and project partners. As skilled project manager, I coordinate two projects and am responsible for project accounting. Internationally, I have worked one year in a multi-cultural team at GIZ (the German Corporation for International Cooperation GmbH) in Brazil. The topics I worked on were integrating ecosystem services into land use planning, ecosystem service mapping, citizen science, green infrastructure and participatory mapping.

Riferimenti bibliografici

AM (Millennium Ecosystem Assessment). Ecosystem and Human Well-Being: A framework for assessment. Washington, D.C. Island Press, 2003.

AM (Millennium Ecosystem Assessment). Ecosystems and Human Well-being: Synthesis. Washington, D.C. Island Press, 2005.

AMAZONAS, M. C. Valor ambiental em uma perspectiva heterodoxa institucional-ecológica. 2009.

ANDRADE, D. C.; ROMEIRO, A. R. Valoração de serviços ecossistêmicos: por que e como avançar? Sustentabilidade em Debate, v. 4, n. 1, p. 43-58, 2013.

AZEVEDO COSTA, C. C.; DE OLIVEIRA, F. L.. Polinização: serviços ecossistêmicos e o seu uso na agricultura. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 8, n. 3, p. 1-10, 2014.

BABBIE, E. The basics of social research. Cengage Learning, Wadsworth. 2011.

BENETTI LEITE, M.; MARTÍNEZ DE ANGUITA, P. Classificação Das Políticas Públicas Relacionadas Com Os Serviços Ecossistêmicos No Território Brasileiro. Boletim Goiano de Geografia, v. 37, n. 1, p. 106 - 121, 5 abr. 2017.

BERKES, F.; COLDING, J.; FOLKE, C. Linking Social-Ecological Systems. Cambridge: Cambridge University Press. 2001.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Mapeamento Dos Serviços Ecossistêmicos No Território - Cartilha Metodológica: A experiência de Duque de Caxias. Brasília, 2018.

BURKHARD, B. et al. Mapping ecosystem service supply, demand and budgets. Ecological indicators, v. 21, p. 17-29, 2012.

BURKHARD, B.; CROSSMAN, N.; NEDKOV, S.; PETZ, K.; ALKEMADE, R. Mapping and modeling ecosystem services for science, policy and practice. Ecosystem Services, 4:1-3. 2013.

BURKHARD, B.; KANDZIORA. M.; HOU. Y.; MÜLLER.F. Ecosystem service potentials, lows and demands–concepts for spatial localization, indication and quantification. Lansc. Online, 34:1-32. 2014.

BURKHARD, B.; KROLL, F.; MÜLLER, F.; WINDHORST, W. Landscapes’ capacities to provide ecosystem services–a concept for land-cover based assessments. Landscape online, 15:22. 2009.

BURKHARD, B.; PETROSILLO, I.; COSTANZA, R. Ecosystem services – Bridging ecology, economy and social sciences. Ecological Complexity, 7:257-259. 2010.

COSTANZA, R.; FOLKE, C. Valuing ecosystem services with efficiency, fairness and sustainability as goals. Nature’s services: Societal dependence on natural ecosystems, p. 49-70, 1997.

FOLKE, C. Resilience: The emergence of a perspective for social–ecological systems analyses. Global Environmental Change, 16 (2006) 253–267. 2006.

GEE, K. Offshore wind power development as affected by seascape values on the German North Sea coast. Land Use Policy, v. 27, n. 2, p. 185-194, 2010.

GEE, K.; BURKHARD, B. Cultural ecosystem services in the context of offshore wind farming: a case study from the west coast of Schleswig-Holstein. Ecological Complexity, v. 7, n. 3, p. 349-358, 2010.

HAUCK, J.; GÖRG, C.; VARJOPURO, R.; MAES, J.; WITTMER, H.; JAX, K. Maps have na air ofauthority” : Potential benefits and challenges of ecosystem service maps at different levels of decision-making. Ecosystem Services, 4, p 25-32. 2006.

HEIN, L. et al. Spatial scales, stakeholders and the valuation of ecosystem services. Ecological economics, v. 57, n. 2, p. 209-228, 2006.

ICELAND, C.; HANSON, C.; LEWIS, C. Identifying Important Ecosystem Goods and Services in Puget Sound. World Resources Institute. 2008.

JACOBS, S et al. ‘The Matrix Reloaded’: a review of expert knowledge use for mapping ecosystem services. Ecological Modelling, v. 295, p. 21-30, 2015.

KADRY, V. O.; PIÑA-RODRIGUES, F. M.; PIRATELLI, A. J. Percepção de agricultores familiares de Ubatuba–SP sobre serviços ecossistêmicos. Biotemas, v. 30, n. 4, p. 101-115, 2017.

KRAMER, R. A.; SHARMA, N.; MUNASINGHE, M. Valuing tropical forests: methodology and case study of Madagascar. The World Bank, 1995.

MENDONÇA, F. Geografia física: ciência humana?. 3. ed. Contexto, 1992.

MENDONÇA, F. Geografia socioambiental. Terra Livre, v. 1, n. 16, p. 113-132, 2015.

MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPq, 1998

PARTNERSHIP, Ecosystem Services, 2019. Disponível em: <https://www.es-partnership.org/about/>. Acesso em: 19 de fev. de 2019.

PEARCE, D. W.; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. JHU Press, 1990.

RANGANATHAN, J. et al. A Guide for Decision Makers. World Resources Institute, 2008.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço: técnica e tempo; razão e emoção. São Paulo, Hucitec, 1997.

SCHÄGNER, J. P. et al. Mapping ecosystem services' values: Current practice and future prospects. Ecosystem Services, v. 4, p. 33-46, 2013.

SLOTTJE, P.; SLUIJS, J.; KNOL, A. B.; KNOL, A.; VAN DER SLUIJS, J. P. Expert Elicitation: Methodological suggestions for its use in environmental health impact assessments. RIVM letter report 630004001, 2008.

SOUZA, B. I.; SUERTEGARAY, D. M. A. Considerações sobre a geografia e o ambiente. OKARA: Geografia em debate, v. 1, n. 1, p. 5-15, 2007.

SUERTEGARAY, D. M. A. Geografia, ambiente e território. Revista da Casa da Geografia de Sobral (RCGS), v. 17, n. 3, p. 128-144, 2015.

TÁVORA, G.S.G. Avaliação dos serviços ecossistêmicos prestados pelos solos em áreas agrícolas inseridas no Bioma Mata Atlântica, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia) - Rio de Janeiro: UERJ. 2019.

TÁVORA, Gabriel S.G.; DA SILVA, Antonio S.; TURETTA, Ana P.D.. Análise da política por pagamento por serviços ambientais como um instrumento para sustentabilidade socioambiental. Geosul, Florianópolis, v. 33, n. 66, p. 29-47, mar. 2018. ISSN 2177-5230. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/2177-5230.2018v33n66p29>. Acesso em: 05 set. 2019. doi:https://doi.org/10.5007/2177-5230.2018v33n66p29.

TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para Formuladores de Políticas Locais e Regionais. 2010.

ValuES. ValuES – Assessing Ecosystem Services. 2015. Disponível em: http://www.aboutvalues.net/ Acessado em 19 de fevereiro de 2020.

VEYRET, Y. Géo-environnement. Revue Géographique de l'Est [Online], vol. 40 / 1-2 | 1999

Pubblicato

2021-01-28

Come citare

Oscar Júnior, A. C., Cavalcante, R. T., & Ruhberg, K. I. (2021). QUANTO A GEOGRAFIA BRASILEIRA FALA SOBRE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?. Humboldt - Revista De Geografia Física E Meio Ambiente, 1(2). Recuperato da https://www.e-publicacoes.uerj.br/humboldt/article/view/57363

Fascicolo

Sezione

Dossiê de Lançamento: Epistemologia da Geografia Física Brasileira