QUANTO A GEOGRAFIA BRASILEIRA FALA SOBRE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS?
Keywords:
Epistemologia. Análise ambiental. Planejamento ambiental.Abstract
Muito embora nos Estados Unidos e, sobretudo, na Europa a Geografia participa ativamente na elaboração e modernização do conceito de Serviços Ecossistêmicos, no Brasil a Geografia, quando muito, apenas se utiliza de alguma fundamentação conceitual ou metodológica estrangeira para apenas aplicá-la, tangenciando todo seu potencial enquanto ferramenta de análise e gestão ambiental do território, bem como catalizador de avanços epistêmicos. O objetivo deste artigo foi avaliar, através de periódicos nacionais da Geografia, a representatividade da do conceito de Serviços Ecossistêmicos nas diversas perspectivas de estudo. Assim, através de uma análise bibliconométrica, buscou-se demonstrar como o tema, já inserido no meio acadêmico nacional, é trabalhado, igualmente, reafirmando sua pertinência para a Geografia. Os resultados apontam para a pouca aderência da temática na Geografia brasileira. Em face deste resultado, o artigo faz também a discussão de algumas metodologias e conceitos concernentes à temática, com mote de popularizar e trazer o tema para o cotidiano da Geografia. Finalmente, se espera que este trabalho contribua de alguma forma para uma maior difusão do tema.
References
AM (Millennium Ecosystem Assessment). Ecosystem and Human Well-Being: A framework for assessment. Washington, D.C. Island Press, 2003.
AM (Millennium Ecosystem Assessment). Ecosystems and Human Well-being: Synthesis. Washington, D.C. Island Press, 2005.
AMAZONAS, M. C. Valor ambiental em uma perspectiva heterodoxa institucional-ecológica. 2009.
ANDRADE, D. C.; ROMEIRO, A. R. Valoração de serviços ecossistêmicos: por que e como avançar? Sustentabilidade em Debate, v. 4, n. 1, p. 43-58, 2013.
AZEVEDO COSTA, C. C.; DE OLIVEIRA, F. L.. Polinização: serviços ecossistêmicos e o seu uso na agricultura. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, v. 8, n. 3, p. 1-10, 2014.
BABBIE, E. The basics of social research. Cengage Learning, Wadsworth. 2011.
BENETTI LEITE, M.; MARTÍNEZ DE ANGUITA, P. Classificação Das Políticas Públicas Relacionadas Com Os Serviços Ecossistêmicos No Território Brasileiro. Boletim Goiano de Geografia, v. 37, n. 1, p. 106 - 121, 5 abr. 2017.
BERKES, F.; COLDING, J.; FOLKE, C. Linking Social-Ecological Systems. Cambridge: Cambridge University Press. 2001.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Mapeamento Dos Serviços Ecossistêmicos No Território - Cartilha Metodológica: A experiência de Duque de Caxias. Brasília, 2018.
BURKHARD, B. et al. Mapping ecosystem service supply, demand and budgets. Ecological indicators, v. 21, p. 17-29, 2012.
BURKHARD, B.; CROSSMAN, N.; NEDKOV, S.; PETZ, K.; ALKEMADE, R. Mapping and modeling ecosystem services for science, policy and practice. Ecosystem Services, 4:1-3. 2013.
BURKHARD, B.; KANDZIORA. M.; HOU. Y.; MÜLLER.F. Ecosystem service potentials, lows and demands–concepts for spatial localization, indication and quantification. Lansc. Online, 34:1-32. 2014.
BURKHARD, B.; KROLL, F.; MÜLLER, F.; WINDHORST, W. Landscapes’ capacities to provide ecosystem services–a concept for land-cover based assessments. Landscape online, 15:22. 2009.
BURKHARD, B.; PETROSILLO, I.; COSTANZA, R. Ecosystem services – Bridging ecology, economy and social sciences. Ecological Complexity, 7:257-259. 2010.
COSTANZA, R.; FOLKE, C. Valuing ecosystem services with efficiency, fairness and sustainability as goals. Nature’s services: Societal dependence on natural ecosystems, p. 49-70, 1997.
FOLKE, C. Resilience: The emergence of a perspective for social–ecological systems analyses. Global Environmental Change, 16 (2006) 253–267. 2006.
GEE, K. Offshore wind power development as affected by seascape values on the German North Sea coast. Land Use Policy, v. 27, n. 2, p. 185-194, 2010.
GEE, K.; BURKHARD, B. Cultural ecosystem services in the context of offshore wind farming: a case study from the west coast of Schleswig-Holstein. Ecological Complexity, v. 7, n. 3, p. 349-358, 2010.
HAUCK, J.; GÖRG, C.; VARJOPURO, R.; MAES, J.; WITTMER, H.; JAX, K. Maps have na air ofauthority” : Potential benefits and challenges of ecosystem service maps at different levels of decision-making. Ecosystem Services, 4, p 25-32. 2006.
HEIN, L. et al. Spatial scales, stakeholders and the valuation of ecosystem services. Ecological economics, v. 57, n. 2, p. 209-228, 2006.
ICELAND, C.; HANSON, C.; LEWIS, C. Identifying Important Ecosystem Goods and Services in Puget Sound. World Resources Institute. 2008.
JACOBS, S et al. ‘The Matrix Reloaded’: a review of expert knowledge use for mapping ecosystem services. Ecological Modelling, v. 295, p. 21-30, 2015.
KADRY, V. O.; PIÑA-RODRIGUES, F. M.; PIRATELLI, A. J. Percepção de agricultores familiares de Ubatuba–SP sobre serviços ecossistêmicos. Biotemas, v. 30, n. 4, p. 101-115, 2017.
KRAMER, R. A.; SHARMA, N.; MUNASINGHE, M. Valuing tropical forests: methodology and case study of Madagascar. The World Bank, 1995.
MENDONÇA, F. Geografia física: ciência humana?. 3. ed. Contexto, 1992.
MENDONÇA, F. Geografia socioambiental. Terra Livre, v. 1, n. 16, p. 113-132, 2015.
MOTTA, R. S. Manual para valoração econômica de recursos ambientais. IPEA/MMA/PNUD/CNPq, 1998
PARTNERSHIP, Ecosystem Services, 2019. Disponível em: <https://www.es-partnership.org/about/>. Acesso em: 19 de fev. de 2019.
PEARCE, D. W.; TURNER, R. K. Economics of natural resources and the environment. JHU Press, 1990.
RANGANATHAN, J. et al. A Guide for Decision Makers. World Resources Institute, 2008.
SANTOS, M. A Natureza do Espaço: técnica e tempo; razão e emoção. São Paulo, Hucitec, 1997.
SCHÄGNER, J. P. et al. Mapping ecosystem services' values: Current practice and future prospects. Ecosystem Services, v. 4, p. 33-46, 2013.
SLOTTJE, P.; SLUIJS, J.; KNOL, A. B.; KNOL, A.; VAN DER SLUIJS, J. P. Expert Elicitation: Methodological suggestions for its use in environmental health impact assessments. RIVM letter report 630004001, 2008.
SOUZA, B. I.; SUERTEGARAY, D. M. A. Considerações sobre a geografia e o ambiente. OKARA: Geografia em debate, v. 1, n. 1, p. 5-15, 2007.
SUERTEGARAY, D. M. A. Geografia, ambiente e território. Revista da Casa da Geografia de Sobral (RCGS), v. 17, n. 3, p. 128-144, 2015.
TÁVORA, G.S.G. Avaliação dos serviços ecossistêmicos prestados pelos solos em áreas agrícolas inseridas no Bioma Mata Atlântica, na região serrana do estado do Rio de Janeiro. Tese (Doutorado em Geografia) - Rio de Janeiro: UERJ. 2019.
TÁVORA, Gabriel S.G.; DA SILVA, Antonio S.; TURETTA, Ana P.D.. Análise da política por pagamento por serviços ambientais como um instrumento para sustentabilidade socioambiental. Geosul, Florianópolis, v. 33, n. 66, p. 29-47, mar. 2018. ISSN 2177-5230. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/2177-5230.2018v33n66p29>. Acesso em: 05 set. 2019. doi:https://doi.org/10.5007/2177-5230.2018v33n66p29.
TEEB – A Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade para Formuladores de Políticas Locais e Regionais. 2010.
ValuES. ValuES – Assessing Ecosystem Services. 2015. Disponível em: http://www.aboutvalues.net/ Acessado em 19 de fevereiro de 2020.
VEYRET, Y. Géo-environnement. Revue Géographique de l'Est [Online], vol. 40 / 1-2 | 1999