ESCALAS GEOGRÁFICAS E ORGANIZAÇÃO DO CAPITAL NA PRODUÇÃO DE GASODUTOS DE TRANSPORTE DO BRASIL

Abstract

A presente discussão tem como objeto a geografia de infraestruturas de transporte de gás canalizado do Brasil, em debates suportados pelos conceitos de capital fixo e capital circulante, espacialmente articulados pela categoria de desenvolvimento geográfico desigual. A heterogeneidade do território em estudo torna tais discussões aplicáveis à rede brasileira de gasodutos, cujas análises foram pautadas na apreensão dos traçados existentes e planejados. Foi então buscado o entendimento de disputas e conflitos, geralmente relacionados às lógicas de investimento e à busca pelo controle público ou privado das principais operações. Considera-se que a rede atualmente em operação encontra-se em estágio parcialmente consolidado, dada a cobertura incompleta do território e às articulações ainda esparsas. Estruturada de modo a direcionar ofertas para as principais demandas, os gasodutos de transporte brasileiros contribuem de forma limitada para o estabelecimento de ciclos produtivos em áreas carentes de infraestruturas. Considerando-se as concentrações e desigualdades constituintes do espaço social brasileiro, entende-se que a lógica vigente tende a intensificar tais processos, ao invés de corrigi-los ou minimizá-los.