NO MAIS ENTRANHADO DA CIDADE: IMAGENS E ESPACIALIDADES DOS BECOS NO CENTRO HISTÓRICO DO RECIFE
DOI:
https://doi.org/10.12957/espacoecultura.2016.31754Palavras-chave:
Becos, Fotografia, Paisagem não panorâmica, Centro Histórico, RecifeResumo
Os becos do Centro Histórico do Recife são uma herança sócio-espacial do urbanismo luso-brasileiro, caracterizando-se como estreitas vias transversais de ligação entre ruas principais. Historicamente relacionados à sociabilidade dos mais pobres, sofreram, por conseguinte, um processo de ocultação na iconografia representativa da cidade, muito embora sejam espaços de intenso fluxo comercial e de serviços. Como lugares entranhados no tecido urbano, parecem pouco atrativos ao olhar contemplativo ou indignos de registro em gravuras e fotografias. A pesquisa considera a constatação empírica da invisibilização dessas vielas no conjunto do perímetro patrimonializado dos bairros de São José e Santo Antônio para realizar uma reflexão sobre sua espacialidade. Parte-se da chave conceitual da paisagem não panorâmica, num percurso investigativo alicerçado pela produção de fotografias autorais, consideradas enquanto um dispositivo concreto que conduz a descobertas sobre a relação entre perceber e produzir imagens do mundo.