Mário Schenberg na rede científica transnacional de Gleb Wataghin: a primeira geração de físicos brasileiros.
DOI:
https://doi.org/10.12957/emconstrucao.2020.47821Resumen
Nosso artigo propõe uma revisita às interpretações a respeito do papel da fundação da universidade brasileiras nos anos 1930, por meio da trajetória científica de Mario Schenberg. A estratégia política local de um setor da elite paulista nos anos 1930 passou pelo estabelecimento de uma nova forma de produção científica e acadêmica, que resultou na fundação da Universidade de São Paulo, e contou com uma concentração inédita de professores estrangeiros no Brasil, possibilitando a formação de uma geração de cientistas e intelectuais imersos em temas e problemas de seus campos científicos. Mario Schenberg, primeiro físico teórico strcto sensu brasileiro, pode ser considerado o primeiro resultado bem sucedido dessa estratégia de consolidação da hegemonia de um setor da elite local. Por meio da rede científica estabelecida pelo professor italiano Gleb Wataghin, a partir de São Paulo, Schenberg inicia uma trajetória científica fortemente internacionalizada, o que permitiu, por um lado, internalização disposições adaptadas ao jogo do campo científico da Física e, por outro, a acumulação, em poucos anos, um capital científico bastante expressivo para o contexto brasileiro, indicio de um novo tipo de formação científica inexistente no Brasil até então .
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