Despandemização: Projeto de Trauma
DOI:
https://doi.org/10.12957/emconstrucao.2020.54638Abstract
A pandemia no Brasil é o projeto de uma angústia coletiva. É o marco fundador de um novo nacionalismo, necessário para preencher a lacuna criada após os últimos anos de vigorosa polarização política. Como peça ideológica, confere nova imagem-identidade ao brasileiro, propagando-se mediante constante, porém sutil, inquietação no senso comum. Enquanto pandemizar foi um movimento de isolamento impulsionador de reflexões e visibilização de fraturas, despandemizar o país é o movimento de inviabilização de cidadanias e o apagamento das rupturas. A pandemia só pôde avançar até o tédio de si impedir o individualismo. O propósito da angústia e do alento à ela pela ilusão da aestesis marca essa cidadania desinformada, guiada pelo dissenso e pelas respostas agressivas condicionadas. Ao final, o thauma da pandemia cede lugar será o da privação de liberdades inexistentes, e não a violência do extermínio silenciado. A única solução para substituição da imoralidade da autoindulgência é uma ética do tempo. O ensaio é breve e constitui-se em peça reflexiva. No decorrer do texto, entremeiam-se relatos em primeira pessoa e discussão filosófica, ilustrando o movimento do filosofar e inquietações de foro íntimo. Os relatos procuram reproduzir os problemas, hipóteses e demais ideias no fluxo em que se situaram.
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