Introdução alimentar de crianças do município de Farroupilha-RS: análise de escola privada e pública

Autores

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2025.85728

Palavras-chave:

Ciências da Nutrição Infantil. Nutrição do Lactente. Comportamento Alimentar. Fenômenos Fisiológicos da Nutrição do Lactente. Introdução Alimentar. Alimentação Complementar.

Resumo

Introdução: A introdução alimentar é o primeiro contato da criança com alimentos além do leite materno aos seis meses de idade. Se realizada de forma precoce, tardia ou de forma incorreta, pode levar a prejuízos no desenvolvimento e crescimento infantil. Objetivo: Analisar a introdução alimentar de crianças de uma escola privada e uma escola pública do município de Farroupilha/RS. Métodos: Estudo transversal, incluindo 25 crianças de escola privada e 25 crianças de escola pública, de até três anos de idade. Foram coletados dados sobre o cuidador, criança e sobre a introdução alimentar (idade e escolaridade do cuidador, idade que as crianças receberam pela primeira vez líquidos e alimentos sólidos, entre outras variáveis). Para testar as diferenças entre as escolas, foi utilizado o teste tde Student, Mann-Whitney, Qui - Quadrado ou Teste de Fisher. Foi considerado significativo p<0,05. Resultados: Não houve diferença entre a idade média de introdução alimentar entre as escolas, sendo realizada de forma precoce para 32% das crianças da escola privada e para 40% da escola pública. As frutas foram o grupo alimentar introduzido mais precocemente nas duas escolas. Na escola pública, 38,9% das crianças consumiram suco antes dos 12meses, em comparação a 8% das crianças da escola privada (p=0,014). O açúcar foi consumido por 100% das crianças da escola pública antes dos 24 meses, em comparação a 55% das crianças da escola privada (p=0,005). Aos 12meses de idade, somente 52,9% das crianças da escola pública comeram alimentos em pedaços, em comparação a 100% das crianças de escola privada (p<0,001). Conclusões: Crianças ainda recebem alimentos de forma precoce e tardia, havendo maior prevalência de inadequação da introdução de suco, açúcar e nas consistências para as crianças da escola pública.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maitê Telles dos Santos, Universidade de Caxias do Sul, Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida. Caxias do Sul, RS, Brasil.

.

Bruna Bellincanta Nicoletto Gehrke, Universidade de Caxias do Sul, Curso de Nutrição, Área do Conhecimento de Ciências da Vida. Caxias do Sul, RS, Brasil.

Professora Doutora Nutricionista. Curso de Graduação em Nutrição. Área do Conhecimento de Ciências da Vida.

Referências

1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Promoção da Saúde. Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos. Brasília, DF: Senado Federal; 2019. [Acesso em 22 mai 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-alimentar-melhor/Documentos/pdf/guia-alimentar-para-criancas-brasileiras-menores-de-2-anos.pdf.

2. Sociedade Brasileira de Pediatria. Guia prático de alimentação da criança de 0 a 5 anos. São Paulo: SBP; 2021.

3. Antunes LS, Corvino MPF, Maia LC, Antunes LAA. Amamentação natural como fonte de prevenção em saúde. Ciênc Saúde Coletiva. 2008;13(1):103–9. https://doi.org/10.1590/S1413-81232008000100015

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª ed. Brasília, DF: Senado Federal; 2014. [Acesso em 22 mai 2024]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf.

5. Silva KA, De C, Esteves EA. Sistema de classificação dos alimentos NOVA: material técnico para nutricionistas - versão consulta rápida. Carina de Sousa Santos (Edição independente) eBooks. 2021. https://doi.org/10.29327/543260

6. Gurmini J, Porello ÉB, Belleza MSS, Silva KN, Kusma SZ. Análise da alimentação complementar em crianças entre 0 e 2 anos de escolas públicas. Revista Médica da UFPR. 2017;4(2):55–60. https://doi.org/10.5380/rmu.v4i2.55187

7. Salles Costa R, Barroso G dos S, Cabral M, Castro MBT de. Parental dietary patterns and social determinants of children’s dietary patterns. Revista de Nutrição. 2016;29(4):483–93. https://doi.org/10.1590/1678-98652016000400004

8. Mondal T, Sarkar A, Shivam S, Thakur R. Assessment of infant and young child feeding practice among tribal women in Bhatar block of Burdwan district in West Bengal, India. Int J Med Sci Public Health. 2014;3(3):324–6. https://doi.org/10.5455/ijmsph.2013.291220131

9. Stiller CK, Golembiewski E, Mondal S, Biesalski HK, Scherbaum V. Maternal nutritional status and child feeding practices: a retrospective study in Santal communities, Birbhum District, West Bengal, India. Int Breastfeed J. 2020;15:50. https://doi.org/10.1186/s13006-020-00262-3

10. Simon VGN, Souza JMP, Souza SB. Introdução de alimentos complementares e sua relação com variáveis demográficas e socioeconômicas, em crianças no primeiro ano de vida, nascidas em Hospital Universitário no município de São Paulo. Rev Bras Epidemiol. 2003;6(1):29–38. https://doi.org/10.1590/s1415-790x2003000100005

11. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the global epidemic. Report of a WHO Consultation. Geneva: WHO; 1997. 252 p. (WHO Technical Report Series, n. 894). [Acesso em 22 mai 2024]. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/63854.

12. World Health Organization. Recommended definitions, terminology and format for statistical tables related to the perinatal period and use of a new certificate for cause of perinatal deaths. WHO. Acta Obstet Gynecol Scand. 1977;56(3):247-53. PMID: 560099.

13. Sociedade Brasileira de Pediatria. Seguimento ambulatorial do prematuro de risco. São Paulo: SBP; 2012.

14. Dallazen C, Silva SA, Gonçalves VSS, Nilson EAF, Crispim SP, Lang RMF, et al. Introdução de alimentos não recomendados no primeiro ano de vida e fatores associados em crianças de baixo nível socioeconômico. Cad Saúde Pública. 2018;34(2):e00084317. https://doi.org/10.1590/0102-311X00202816

15. Souza JBPG, Mendes LL, Binotti ML. Perfil do aleitamento materno e da alimentação complementar em crianças menores de dois anos atendidas em um centro de referência da cidade de Juiz de fora - MG. Rev APS. 2016;19(1):67-76.

16. Moreira LCQ, Oliveira EB, Lopes LHK, Bauleo ME, Sarno F, Moreira LCQ, et al. Introduction of complementary foods in infants. Einstein (São Paulo). 2019;17(3) eA04412. https://doi.org/10.31744/einstein_journal/2019AO4412

17. Martins ML, Haack A. Conhecimentos maternos: influência na introdução da alimentação complementar. Com. Ciências Saúde. 2012; 23(3):263-27.

18. Pantoja Mendoza IY, Meléndez G, Guevara Cruz M, Serralde Zúñiga AE. Review of complementary feeding practices in Mexican children. Nutr Hosp. 2015;31(2):552–8. https://doi.org/10.3305/nh.2015.31.2.7668

19. World Health Organization. Guideline: Protecting, promoting and supporting breastfeeding in facilities providing maternity and newborn services. Geneva: WHO; 2017. 136 p. [Acesso em 25 mai 2024]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241550086

20. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Aleitamento materno: prevalência e práticas em crianças brasileiras menores de 2 anos – ENANI 2019. Rio de Janeiro: UFRJ; 2021. [Acesso em 30 mai 2024]. Disponível em: https://enani.nutricao.ufrj.br/download/relatorio-4-aleitamento-materno/

21. Golin CK, Toloni MHA, Longo‑Silva G, Taddei JA de AC. Erros alimentares na dieta de crianças frequentadoras de berçários em creches públicas no município de São Paulo, Brasil. Rev Paul Pediatr. 2011;29(1):35–40. https://doi.org/10.1590/S0103-05822011000100006

22. Barros AA, Sousa A da S, Melo AGS, Abreu LL de C, Maia SC da C, Irmão JJ de M. Práticas alimentares em crianças de 0 a 24 meses. Res Soc Dev. 2022;11(17):e215111727279. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38544

23. Brandão PR, Gomes FRM de S, Passos TU. Avaliação da introdução alimentar de crianças assistidas por uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Fortaleza, Ceará. Saúde Desenv Hum. 2021;9(1):1–12. https://doi.org/10.18316/sdh.v9i1.6343

24. Lacerda EM de A, Bertoni N, Alves‑Santos NH, Carneiro LBV, Schincaglia RM, Boccolini CS, et al. Minimum dietary diversity and consumption of ultra‑processed foods among Brazilian children 6–23 months of age. Cad Saúde Pública. 2023;39:e00260822. https://doi.org/10.1590/0102-311XEN081422

25. Contreras M, Zelaya Blandón E, Persson L-Å, Ekström E-C. Consumption of highly processed snacks, sugar‑sweetened beverages and child feeding practices in a rural area of Nicaragua. Matern Child Nutr. 2014;12(1):164–76. https://doi.org/10.1111/mcn.12144

26. Skinner JD, Carruth BR, Wendy, B, Ziegler PJ. Children’s food preferences: a longitudinal analysis. J Am Diet Assoc. 2002;102(11):1638–47. https://doi.org/10.1016/s0002-8223(02)90349-4

27. Huffman SL, Piwoz EG, Vosti SA, Dewey KG. Babies, soft drinks and snacks: a concern in low‑ and middle‑income countries? Matern Child Nutr. 2014;10(4):562–74. https://doi.org/10.1111/mcn.12126

28. Longo‑Silva G, Toloni MH de A, Menezes RCE de, Asakura L, Oliveira MAA, Taddei JA de AC, et al. Introduction of soft drinks and processed juice in the diet of infants attending public day care centers. Rev Paul Pediatr. 2015;33(1):34–41. https://doi.org/10.1016/j.rpped.2014.06.009

29. Crume TL, Crandell J, Norris JM, Dabelea D, Fangman MT, Pettitt DJ, et al. Timing of complementary food introduction and age at diagnosis of type 1 diabetes: the SEARCH Nutrition Ancillary Study (SNAS). Eur J Clin Nutr. 2014;68(11):1258–60. https://doi.org/10.1038/ejcn.2014.159

30. Rauber F, Campagnolo PDB, Hoffman DJ, Vítolo MR. Consumption of ultra‑processed food products and its effects on children’s lipid profiles: a longitudinal study. Nutr Metab Cardiovasc Dis. 2015;25(1):116–22. https://doi.org/10.1016/j.numecd.2014.08.001

31. Pearce J, Langley‑Evans SC. The types of food introduced during complementary feeding and risk of childhood obesity: a systematic review. Int J Obes (Lond). 2013;37(4):477–85. https://doi.org/10.1038/ijo.2013.8

32. Wen LM, Baur LA, Rissel C, Xu H, Simpson JM. Correlates of body mass index and overweight and obesity of children aged 2 years: findings from the Healthy Beginnings Trial. Obesity (Silver Spring). 2014;22(7):1723–30. https://doi.org/10.1002/oby.20700

33. Nsiah‑Asamoah C, Adjei G, Agblorti S, Doku DT. Association of maternal characteristics with child feeding indicators and nutritional status of children under‑two years in rural Ghana. BMC Pediatr. 2022;22(1). https://doi.org/10.1186/s12887-022-03651-1

34. Fein SB, Labiner‑Wolfe J, Scanlon KS, Grummer‑Strawn LM. Selected complementary feeding practices and their association with maternal education. Pediatrics. 2008;122(Suppl 2):S91–7. https://doi.org/10.1542/peds.2008-1315l

35. Skafida V. The relative importance of social class and maternal education for breastfeeding initiation. Public Health Nutr. 2009;12(12):2285–92. https://doi.org/10.1017/s1368980009004947

36. Darmon N, Drewnowski A. Does social class predict diet quality? Am J Clin Nutr. 2008;87(5):1107–17. https://doi.org/10.1093/ajcn/87.5.1107

37. Mullie P, Clarys P, Hulens M, Vansant G. Dietary patterns and socioeconomic position. Eur J Clin Nutr. 2010;64(3):231–8. https://doi.org/10.1038/ejcn.2009.145

38. Ng CS, Dibley MJ, Agho KE. Complementary feeding indicators and determinants of poor feeding practices in Indonesia: a secondary analysis of 2007 Demographic and Health Survey data. Public Health Nutr. 2011;15(5):827–39. https://doi.org/10.1017/s1368980011002485

39. Jingxiong J, Rosenqvist U, Huishan W, Koletzko B, Guangli L, Jing H, et al. Relationship of parental characteristics and feeding practices to overweight in infants and young children in Beijing, China. Public Health Nutr. 2009;12(7):973–8. https://doi.org/10.1017/s1368980008003509

40. Musher‑Eizenman DR, Lauzon‑Guillain BD, Holub SC, Leporc E, Charles MA. Child and parent characteristics related to parental feeding practices: a cross‑cultural examination in the US and France. Appetite. 2009;52(1):89–95. https://doi.org/10.1016/j.appet.2008.08.007

41. Haycraft E, Karasouli E, Meyer C. Maternal feeding practices and children’s eating behaviours: a comparison of mothers with healthy weight versus overweight/obesity. Appetite. 2017;116:395–400. https://doi.org/10.1016/j.appet.2017.05.033

42. Roberts LT, Goodman LC, Musher‑Eizenman DR. Parental correlates of food parenting practices: socioeconomic status, weight, and dieting status. Ecol Food Nutr. 2018;57(4):330–45. https://doi.org/10.1080/03670244.2018.1492381

Publicado

2025-11-17

Como Citar

1.
Telles dos Santos M, Bellincanta Nicoletto Gehrke B. Introdução alimentar de crianças do município de Farroupilha-RS: análise de escola privada e pública. DEMETRA [Internet]. 17º de novembro de 2025 [citado 23º de novembro de 2025];20:e85728. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/demetra/article/view/85728

Edição

Seção

Nutrição Clínica