Conhecimento em boas práticas e percepção de risco sanitário em manipuladores de alimentos de um hospital público
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2022.62503Palavras-chave:
Serviços de alimentação. Alimentação coletiva. Alimentação hospitalar. Segurança dos alimentos. Viés otimista.Resumo
Introdução: Apesar dos avanços tecnológicos, as doenças transmitidas por alimentos (DTA) continuam sendo um problema de saúde pública global. Nesse contexto, o manipulador de alimentos tem sido associado a muitos surtos, principalmente em função de falhas na higiene pessoal e na manipulação inadequada dos alimentos. Objetivo: Avaliar o conhecimento em Boas Práticas de Manipulação (BPM), a percepção de risco em DTA e a existência do fenômeno conhecido como viés otimista em manipuladores de alimentos de um hospital público. Método: Foi realizado um estudo de caso exploratório, utilizando um questionário estruturado dividido em três blocos de perguntas (1 - perfil sociodemográfico; 2 - avaliação do conhecimento de Boas Práticas de Manipulação; e 3 - percepção de risco em Doenças Transmitidas por Alimentos e viés otimista) com 50 respondentes. Os dados foram analisados por estatística descritiva, utilizando os testes Qui-quadrado, para identificar associações, e t-Student, para análise de similaridade entre variáveis. Resultados: O perfil da amostra foi de ≥ 41 anos (70%), sexo feminino (82%), ensino médio completo (46%) e experiência ≥ 6 anos na função (64%), com participação em treinamento há menos de três meses (84%). A média do grau de conhecimento em BPM foi satisfatória. Com relação à percepção de risco em DTA, os respondentes demonstraram alta percepção para identificar fatores de risco sanitário, não sendo observado viés otimista nas respostas. Conclusão: Apesar de os manipuladores apresentarem conhecimentos satisfatórios em BPM, algumas lacunas foram observadas, sendo importante ainda analisar se o conhecimento se transforma em atitudes e práticas adequadas e seguras.
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