PRÁTICAS EDUCATIVAS NA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ADEQUADA E SAUDÁVEL PARA AS PESSOAS COM DOENÇA FALCIFORME
DOI:
https://doi.org/10.12957/demetra.2014.10539Palavras-chave:
hemoglobina S, doença falciforme, educação alimentar e nutricional, necessidades nutricionais, consumo de alimentosResumo
A doença falciforme (DF) é uma doença crônica, hereditária, caracterizada pela presença da hemoglobina S, que leva inúmeras complicações clínicas e necessidades alimentares especiais. O objetivo deste artigo é descrever as ações de educação alimentar e nutricional para pessoas com DF. Trata-se de um relato de experiência de práticas educativas, realizadas no ambulatório de hematologia de um hospital universitário, por um centro de referência, entre os anos de 2010 e 2012. Os dados foram obtidos a partir dos relatórios das práticas educativas. No total, 171 pessoas participaram de 15 práticas. Os assuntos abordados foram agrupados em quatro temas principais: Recomendações gerais para as pessoas com a DF; Aumento dos requerimentos de nutrientes; Estratégias para a diminuição do consumo de sal e sódio; e Biodisponibilidade de ferro nos alimentos. As práticas educativas permitiram promover reflexões e orientações sobre práticas alimentares mais adequadas e a identificar, a partir das falas das pessoas, dúvidas sobre as recomendações alimentares na DF. O espaço da sala de espera permitiu a troca de conhecimentos entre os profissionais que conduziram as práticas e os participantes. Contudo, observou-se como pontos negativos o foco centrado nos nutrientes, a dificuldade de adoção de estratégias metodológicas mais direcionadas para a idade e a falta de inserção de equipe multiprofissional. A experiência apresentada traz reflexões importantes sobre a necessidade de a educação alimentar e nutricional ser ferramenta comum aos profissionais de saúde, em toda a rede de assistência às pessoas com a doença falciforme.
DOI: http://dx.doi.org/10.12957/demetra.2014.10539
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