infâncias e formação docente: gestos, sentidos e começos
DOI:
https://doi.org/10.12957/childphilo.2018.32049Parole chiave:
infância, formação docente, educaçãoAbstract
O presente texto é um ensaio sobre infância e formação docente, tecendo aproximações e encontros que coloquem em questão a escola, a educação, a docência, o tempo. A infância não é considerada categoria de tempo cronológico, mas uma força instauradora de possíveis, impossíveis, perguntas, interrupções. A infância é afirmada para além de uma fase etária, compreendida como existência, vida, encarnada em qualquer corpo e em outra temporalidade. Interessa perguntar pelas infâncias que atravessam a formação docente e, quiçá, pensar não apenas como formamos a infância, mas como as infâncias nos formam. O que elas provocam no fazer docente? Em que condições estas infâncias surgem? Seria o formar-se docente um amadurecimento da infância, na infância ou pela infância? Que gestos rasgam e explodem com os modos que nos habituamos a estar com as crianças e com os modos que estamos habituamos a nos formar docentes? Essas perguntas vêm me acompanhando no desafio de dedicar sensibilidade, atenção e escuta aos sentidos que emanam da infância, e a infância que emana dos sentidos, no exercício de ser professora de Educação Infantil. Portanto, este trabalho se inspira em infâncias de crianças da Educação Infantil do Colégio Pedro II, em infâncias da minha docência com estes sujeitos, em inícios, aberturas e começos que potencializam habitar a escola e fazer-se docente de um jeito infantil.