O Design afrofuturista na encruzilhada

Resumo

Este artigo busca estabelecer conexões existentes entre o Afrofuturismo e o design. Para tal, utiliza a perspectiva do cruzo, que entende os modos de fazer e pensar da hegemonia ocidental como insuficientes para produzir uma ciência múltipla em saberes e concepções, visto que tais paradigmas não abarcam perspectivas outras que fogem à sua própria racionalidade. Neste sentido, o artigo considera o design enquanto prática projetual de criação de modos de ser pensar e de criação de futuros. Partindo da concepção da divisão racial organizada pela lógica ocidental e colonial a fim de explicar por que alguns grupos tiveram suas narrativas sistematicamente apagadas, recorre-se ao Afrofuturismo, um movimento de criação de futuros que considera pessoas negras enquanto partícipes, como antítese do movimento Futurista italiano e como uma proposição de design de futuro, já que promove novas formas de criar o mundo onde sujeitos anteriormente marginalizados são protagonistas.