Tempo e memória: a vivência da temporalidade como horizonte de compreensão do ser em Heidegger, leitor de Agostinho

Authors

DOI:

https://doi.org/10.12957/ek.2023.77448

Abstract

No presente artigo, buscaremos apresentar brevemente a questão do tempo e da memória a partir do pensamento de Heidegger, leitor de Agostinho. Para isso, nos centraremos principalmente em sua conferência de 1921, intitulada Agostinho e o Neoplatonismo, presente em sua obra Fenomenologia da Vida Religiosa; bem como em sua obra magna de 1927, Ser e Tempo. O objetivo deste artigo é responder a três perguntas que nortearão nosso estudo: 1) Por que Heidegger lê Agostinho? 2) Quais as considerações heideggerianas sobre as Confissões de Agostinho? 3) Qual a importância das considerações agostinianas e heideggerianas sobre o tempo para nossa sociedade contemporânea? Sendo assim, este artigo não visa esgotar as discussões sobre o tempo em Heidegger e em Agostinho, mas busca apenas mostrar como ambos pensadores nos apontam para a necessidade de um acesso mais existencial e vivencial à questão do tempo, seja pela memória (no caso de Agostinho) ou pelas tonalidades afetivas da angústia e do tédio profundo (no caso de Heidegger). Eles nos revelam, cada um ao seu modo, que o tempo não pode ser acessado apenas por meio de um caminho conceitual e temático como a metafísica tradicional nos apresenta. Mas o caminho de acesso a uma compreensão do tempo deve seguir a via das vivências, da memória, das relações e da abertura existencial. Via esta que inclusive pode reverberar positivamente na forma como o ser humano entende sua existência e lida com seus transtornos psicológicos e existenciais.

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Author Biography

Arnin Rommel Pinheiro Braga, Faculdade Católica de Belém (FACBEL), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Secretaria de Educação do Pará (SEDUC-PA)

Licenciado em Filosofia pela Pontificia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Campus Maringá. (2011).

Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) da Universidade Federal do Pará (UFPA) (2019).

Doutorando em Psicologia pela Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGP) da Universidade Federal do Pará (UFPA). 

Professor de Filosofia efetivo da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC-PA)

Professor adjunto de Filosofia no curso de Bacharelado em Filosofia da Faculdade Católica de Belém (FACBEL)

Area de atuação: Filosofia Contemporânea: Fenomenologia e Existencialismo. Fenomenologia existencial de Martin Heidegger. Filosofia e Fenomenologia da Religião.

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Published

2024-12-01

How to Cite

PINHEIRO BRAGA, Arnin Rommel. Tempo e memória: a vivência da temporalidade como horizonte de compreensão do ser em Heidegger, leitor de Agostinho. Ekstasis: Revista de Hermenêutica e Fenomenologia, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 151–171, 2024. DOI: 10.12957/ek.2023.77448. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/Ekstasis/article/view/77448. Acesso em: 3 may. 2025.