A MULHER E O “FAZER CIÊNCIA”: UMA ANÁLISE DE FILMES DE COMÉDIA NO ENSINO FARMACÊUTICO

Autores

  • Lêda Glicério Mendonça Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Rua Carlos Wenceslau, 343 Realengo 21715000 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Telefone: (021) 34634497
  • Lúcia Rodriguez de La Rocque Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz. Av. Brasil 4365 Manguinhos 21045-900 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil - Caixa-postal: 926 Telefone: (21) 25606474 Ramal: 113 Fax: (21) 25606474 URL da Homepage: http://www.fiocruz.br

DOI:

https://doi.org/10.12957/demetra.2016.22464

Palavras-chave:

ensino farmacêutico, cinema de comédia, crítica feminista, ciência e arte, male gaze.

Resumo

O artigo busca entender a representação das mulheres, e sua ausência no campo científico, em cinco filmes de comédia que foram utilizados como subsídio para um estudo de caso em apoio ao ensino de Deontologia Farmacêutica. Os filmes selecionados foram: O inventor da mocidade” (1952), O professor aloprado” (1963), “Junior” (1994), O professor aloprado” (1996) e Sem sentido” (1998). Os filmes foram centrados em experimentos com substâncias terapêuticas, nos quais o cientista responsável pela pesquisa era sempre um homem. Durante a apresentação da resolução do estudo de caso observou-se que, mesmo a maioria dos alunos sendo mulheres, estas não percebiam tal fato, salvo quando alertadas. Isso pode indicar que potenciais cientistas percebem como natural a menor representatividade da mulher nas ciências. O caminho encontrado para balizar a discussão repousa na crítica feminista cinematográfica denominada “Male gaze” e em outros referenciais nas relações de tecnociências. A análise dos filmes demonstrou que, apesar de produzidos em um intervalo de 46 anos, neles as mulheres foram retratadas de forma passiva e excluídas dos espaços de destaque por mecanismos de hierarquização e opressão. Assim, o cinema de comédia pode contribuir na formação humanística, almejada pelas atuais Diretrizes Curriculares Nacionais de Farmácia, com atenção especial voltada para conscientizar a categoria de que o posto de cientista do medicamento é também de protagonismo da mulher farmacêutica.

DOI: 10.12957/demetra.2016.22464

 

 

 

Biografia do Autor

Lêda Glicério Mendonça, Instituto Federal de educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro. Rua Carlos Wenceslau, 343 Realengo 21715000 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil Telefone: (021) 34634497

Possui graduação em Farmácia pela Universidade Federal Fluminense (1990) e graduação em Licenciatura plena em Química - PROGRAMA ESPECIAL pela Universidade Salgado de Oliveira (2006). Atualmente é professor de ensino tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro no Bacharelado de Farmácia e na Pós-Graduação em Educação e Divulgação Científica. Especialista em Homeopatia (IHB); Especialista, Mestra e Doutora em Ensino em Biociências e Saúde (IOC-FIOCRUZ). Fez Doutorado Sanduíche em Estudos Feministas na Universidade de Coimbra. Editora da Revista Científica Ciências&Ideias, Qualis B1 em Ensino. Assume a Coordenação de Pesquisa e Inovação do Campus Mesquita - IFRJ. Áreas de interesse: Ensino Farmacêutico; Ensino de Química, Ensino de Ciências, Deontologia e Ética, Boas Práticas de Fabricação, Ciência e arte, Relações de gênero, Tecnociência.

Lúcia Rodriguez de La Rocque, Fundação Oswaldo Cruz, Instituto Oswaldo Cruz. Av. Brasil 4365 Manguinhos 21045-900 - Rio de Janeiro, RJ - Brasil - Caixa-postal: 926 Telefone: (21) 25606474 Ramal: 113 Fax: (21) 25606474 URL da Homepage: http://www.fiocruz.br

Bacharel em Ciências Biológicas (1977) e em Letras (inglês-Literaturas, 1994) pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Mestre em Biologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1988) e em Letras (Literatura Comparada) pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), é Doutora em Ciências pelo Instituto de Biofísica desta última instituição (1995). Realizou pós- doutorado na área de Antropologia, Gênero e Ciência na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006). Atualmente é Pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz, na Fundação Oswaldo Cruz, e Professora Adjunta de Literatura Inglesa na UERJ. Faz parte do corpo docente da pós-graduação em Ensino em BIociências e em Saúde, do Instituto Oswaldo Cruz na Fiocruz e da pós-graduação em Letras da UERJ. Atua principalmente nos seguintes temas: Gênero, Ciência e Saúde na Literatura, e Literatura e outras Mídias na Educação em Ciência.

Publicado

2016-08-12

Como Citar

Mendonça, L. G., & La Rocque, L. R. de. (2016). A MULHER E O “FAZER CIÊNCIA”: UMA ANÁLISE DE FILMES DE COMÉDIA NO ENSINO FARMACÊUTICO. DEMETRA: Alimentação, Nutrição & Saúde, 11(3), 723–743. https://doi.org/10.12957/demetra.2016.22464