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O MYTHOS E A IMAGINAÇÃO NO ENSINO DE HISTÓRIA: EXPERIMENTANDO SENTIDOS

Autores

  • Yomara Oliveira Universidade do Estado do Piauí
  • Paulo Rogário Oliveira Universidade do Vale do Itajaí
  • Marciano Kraemer Secretaria de Educação do Município de Balneário Camboriú

DOI:

https://doi.org/10.12957/transversos.2024.88383

Resumo

Este artigo tem como objetivo discutir o uso do mito e da tragédia como faculdade da imaginação histórica no ensino de História, a partir de uma experiência transdisciplinar realizada em uma escola pública de Balneário Camboriú (SC).  O mito de Prometeu, narrado por Hesíodo, e a tragédia Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, foram os recursos narrativos que utilizamos para imaginar noções de tempo significativas e alternativas ao tempo linear, racional e cronológico. Fundamentamos a experiência nas aulas de história e as reflexões nas proposições Jörn Rüsen sobre o lugar da imaginação na composição da narrativa histórica e nas reflexões de Paul Ricouer sobre os sentidos da história. O uso da imaginação, quando potencializada pela criatividade das narrativas míticas, pode ser um meio de transposição do conceito do tempo linear e estimular a imaginação de tempos-mundos éticos e diversos.

Biografia do Autor

Yomara Oliveira, Universidade do Estado do Piauí

Doutora em História do Tempo Presente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e professora no departamento de História da Universidade do Estado do Piauí (UESPI).

Paulo Rogário Oliveira, Universidade do Vale do Itajaí

Professor do curso de História e dos Programas de Pós-graduação em Educação e Administração da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI).

Marciano Kraemer, Secretaria de Educação do Município de Balneário Camboriú

Graduação em História, mestre em Educação pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e professor no Ensino Básico no município de Balneário Camboriú (SC).

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Publicado

2024-12-12

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